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Recém-lançado na Europa, o A3 sedã será montado em São José, junto com o utilitário Q3 | Divulgação/ Audi
Recém-lançado na Europa, o A3 sedã será montado em São José, junto com o utilitário Q3| Foto: Divulgação/ Audi

Protocolos

Executivos não falam sobre incentivos. Governo alega "confidencialidade"

Os diretores mundiais da Audi que participaram do anúncio sobre a volta da empresa ao Brasil não se pronunciaram sobre os incentivos concedidos pelo governo do estado para o restabelecimento da montadora no Paraná. O questionamento foi feito durante entrevista coletiva após a audiência com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. À tarde, a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu confirmou que as informações não podem ser especificadas devido à "confidencialidade" de um protocolo assinado entre os dois lados no dia 21 de agosto.

"Eu não vou comentar sobre esse assunto. A gente vai amanhã encontrar com o governador, a gente vai fazer uma apresentação do projeto novamente ao governo do Paraná. Só isso", disse o vice-presidente mundial de compras da montadora, Bernd Martens.

Ao falar sobre os planos futuros da empresa, Martens negou que a permanência no Brasil esteja vinculada à vigência dos benefícios previstos no regime automotivo Inovar-Auto, do governo federal, que acaba em 2017. "Não vejo essa dificuldade de que quando acabar o Inovar-Auto a Audi vai sair do país. A produção local já estará estabelecida", afirmou o executivo.

Segundo ele, a Audi deixou de produzir no Paraná, em 2006, porque não havia uma visão clara na época sobre o futuro do mercado para a empresa. "Hoje o país mudou, há um programa que dá algumas ajudas no começo e por isso tomamos a decisão de voltar", disse.

Benefícios fiscais, estabilidade econômica, aumento da renda do brasileiro e a perspectiva de um crescimento de 170% no mercado de automóveis de luxo no Brasil até 2020 convenceram a Audi a voltar a produzir em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Os argumentos foram apresentados ontem, em Brasília, no anúncio oficial do retorno da montadora alemã ao Paraná, após sete anos.

A empresa confirmou o investimento de 150 milhões de euros (R$ 500 milhões) até o segundo semestre de 2015, quando recomeça a funcionar. A meta de produção é de 26 mil veículos por ano a partir de 2017, com uma estimativa de criação de 300 novos empregos. A operação inclui dois modelos, o A3 sedan e a SUV Q3, e será novamente compartilhada com as linhas da fábrica da Volkswagen.

O retorno está ligado à habilitação da Audi no regime automotivo Inovar-Auto, do governo federal. Ao se comprometer com as regras do programa, a empresa recebeu como contrapartida o direito de importar 26 mil veículos por dois anos com desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A isenção é de 30 pontos porcentuais no valor do IPI, o que pode baratear o custo final dos veículos em cerca de 15%.

Os planos da montadora foram detalhados pela direção internacional da empresa à presidente Dilma Rousseff, em audiência com a presença dos ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). "O Brasil é um mercado muito, muito interessante para nós e eu tenho enfatizado essa questão cada vez mais nos últimos meses", disse o presidente mundial da Audi, Rupert Stadler.

Segundo ele, o objetivo da montadora é ampliar a produção global de 1,5 milhão de automóveis, em 2013, para 2 milhões, em 2020. No Brasil, a empresa registrou vendas de 4.350 carros, entre janeiro a agosto deste ano, contra 3.027 do mesmo período do ano anterior.

"O mercado de veículos premium ainda é pequeno, mas a Audi acredita que ele vai crescer enormemente nos próximos anos", sustentou Stadler. Ele se baseia em dados da empresa que apontam crescimento de 170% desse segmento ao longo desta década.

O vice-presidente mundial de compras da Audi, Bernd Martens, afirmou que o carro produzido no Brasil será "ab­solutamente idêntico" ao alemão. Martens declarou que o A3 sedan e o Q3 são, hoje, os carros que mais se identificam com a demanda do país. A cota prevista no Inovar-Auto, contudo, deve ser aplicada na importação de outros modelos, como A4, A6 e Q5.

Recém-lançado, o A3 sedan ainda não tem preço estimado para a venda no Brasil. A versão hatch é comercializada por valores entre R$ 94,9 mil e R$ 123,9 mil, enquanto o Q3 é vendido por R$ 130,4 mil.

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