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Concurso de beleza foi desenvolvido por grupo de pesquisas de inteligência artificial. | Reprodução/Beauty.AI
Concurso de beleza foi desenvolvido por grupo de pesquisas de inteligência artificial.| Foto: Reprodução/Beauty.AI

Lançado neste ano, o Beauty.AI é o primeiro concurso internacional de beleza do mundo julgado por máquinas. O projeto havia sido programado para levar fatores objetivos, como rugas e simetria, em consideração nas avaliações de cerca de 6 mil fotos de pessoas de mais de 100 países. Mas, quando os resultados chegaram, os criadores da plataforma perceberam que havia um fator gritante, não programado, em comum entre os vencedores: a maioria tinha a pele clara. As informações são do jornal britânico The Guardian.

Dentre os 44 vencedores, quase todos eram brancos, alguns eram asiáticos, e apenas um tinha a pele escura. Com esse desfecho, o projeto trouxe à tona a discussão sobre as razões de sistemas artificialmente inteligentes perpetuarem preconceitos, produzindo resultados inesperados e muitas vezes ofensivos.

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Um caso análogo aconteceu há alguns meses com Tay, experimento de inteligência artificial da Microsoft no Twitter, que acabou reproduzindo linguagens racistas e neonazistas na rede social.

Projeto

Criado por um grupo de russos e chineses chamado “Laboratório da Juventude”, o projeto tem o apoio da Microsoft e construiu o banco de dados de análise com fotos de pessoas de 18 a 69 anos. O objetivo da iniciativa era desenvolver estudos que futuramente pudessem ser utilizados na área de saúde, que segundo o site do concurso pode ser medida, entre outros fatores, por fatores vitais da aparência.

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O concurso utilizou cinco algoritmos para avaliar a juventude, simetria rosto, pele e outros parâmetros, e depois compará-los com modelos e atores em um banco de dados. E embora um grande número de pessoas da Índia e da África tenha enviado fotografias, a maioria dos participantes era de pessoas brancas. Essa pode ter sido a razão da escolha por pessoas de pele clara, disse a empresa

Em entrevista ao The Guardian, o chefe da equipe de ciências do Beauty.AI, Alex Zhavoronkov, explicou que outro problema talvez tenha sido a pouca quantidade de dados de minorias usados pela equipe para definir o padrão do que é ou não é atraente. “Se você não tem que muitas pessoas de diversas etnias dentro do conjunto de dados base, então o resultado realmente pode ter sido influenciado”, justificou o cientista.

Dividido por faixas etárias, o resultado completo do concurso está disponível no site do Beauty.AI.

Veja o vídeo de divulgação do concurso

Colaborou: Cecília Tümler

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