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O solo sagrado dos engenheiros, programadores e jovens entusiastas da tecnologia está abrindo espaço para profissionais que pareciam à margem do mercado de inovação. De acordo com reportagem do jornal norte-americano The Washington Post, cada vez mais empresas do Vale do Silício contratam atores, filósofos e escritores para dar o toque humano a seus produtos.

O novo mercado se explica pelo fato de várias das criações saídas das mentes brilhantes reunidas na Califórnia serem baseadas na comunicação da inteligência artificial com humanos. Para que o bate-papo entre realidade e virtual flua, o ideal é que os textos e linha de raciocínio das máquinas tenham sido criados por quem entende de comunicação, em vez de profissionais com foco em cálculos e algoritmos. Tem de ter naturalidade.

Um exemplo desta aplicação é a Alexa, um assistente virtual da Amazon que usa expressões bem humanas, como “hummm”, quando elabora suas respostas. Assim como a Siri, da Apple, capaz de fazer piadinhas.

Mas a participação vai além. Os escritores precisam montar um perfil para os robôs. “Você precisa desenvolver um passado [para o produto], ainda que nunca use”, conta ao Washington Post Robyn Ewing, um roteirista de tevê de Hollywood que trabalha no desenvolvimento de uma enfermeira virtual capaz de lembrar aos pacientes o horário de tomar os medicamentos e de perguntar periodicamente se está tudo bem.

Recentemente, a Microsoft montou um time com poeta, romancista e roteirista para criar boas respostas a questões sociopolíticas para sua assistente virtual do Windows, a Cortana.

Mesmo detalhes menores exigem trabalho, como quando usar emojis ou chamar as pessoas pelo primeiro nome. “Não queremos que o nosso assistente virtual seja uma daquelas pessoas malucas que usam 15 milhões de pontos de exclamação”, disse à reportagem Anna Kelsey, atriz que trabalha no projeto de inteligência artificial x.ai.

A inclusão dos profissionais de humanas abre um novo caminho em um mercado em franca expansão. Nos Estados Unidos, startups que trabalham este tipo de tecnologia receberam investimentos de US$ 35 milhões em 2015, segundo pesquisa do Washington Post e da empresa CBInsights. Este valor não inclui os pesados investimentos de gigantes como Google e Facebook.

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