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Projeto terá 4 milhões de metros quadrados e previsão de gerar 30 mil empregos | Divulgação
Projeto terá 4 milhões de metros quadrados e previsão de gerar 30 mil empregos| Foto: Divulgação

Para formar mão-de-obra qualificada e impulsionar a fabricação nacional de produtos para a área da saúde, os fundadores da Prati-Donaduzzi, empresa líder em produção de medicamentos genéricos no país, construirão o maior parque tecnológico do Paraná. O local escolhido foi Toledo, cidade na região Oeste do estado, com cerca de 100 mil habitantes, que já abriga a sede da indústria farmacêutica paranaense.

O empreendimento, chamado de Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), terá 4 milhões de metros quadrados, previsão de gerar 30 mil empregos e abrigará universidades, indústrias e hospitais. O projeto começou a sair do papel neste ano com a doação de R$ 100 milhões da família Donaduzzi, mas terá que superar barreiras de infraestrutura em torno do parque para atrair outros parceiros privados.

Faculdade de Medicina da UFPR será a primeira obra do complexo

A primeira obra do Biopark será a construção da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O espaço terá 9 mil m² e receberá investimentos de R$ 15 milhões, custeados pela família Donaduzzi e doados à universidade. As obras já começaram e devem ser entregues dentro de um ano.

A UFPR passou a oferecer neste ano o curso de Medicina em Toledo, em uma estrutura alugada no centro da cidade. Em março, 30 alunos, sendo 26 do Paraná, iniciaram os estudos no local. Com o novo prédio, será possível ampliar o número de vagas oferecidas, além de oferecer melhores condições laboratoriais.

Também já está em fase de obras a infraestrutura interna do parque, como ruas, saneamento e iluminação. No ano que vem, está previsto o início das obras do Complexo de Pesquisa e Desenvolvimento do Biopark, um prédio de 15 mil m².

Apesar de ser cortado pela rodovia estadual PR-182 e possuir conexão com a BR-163, as demais áreas de acesso ao parque ainda são estrada de chão. E o aeroporto de Cascavel, distante 55 quilômetros de Toledo, só recebe aviões de pequeno porte e possui poucas rotas comerciais. Os gargalos, porém, não desanimam os idealizadores, que afirmam se tratar de um projeto para ser construído ao longo de 30 anos.

O Brasil tinha até 2013, último ano com dados atualizados do setor, 94 iniciativas de parques tecnológicos, sendo 28 em operação e 28 em fase de implantação. No Paraná, eram dez iniciativas, com seis em funcionamento. A maioria dos projetos em execução no país atualmente é de parques públicos.

Iniciativa privada

O Biopark, porém, inverte essa lógica. A ideia de construir um parque tecnológico em Toledo partiu do casal Luiz e Carmen Donaduzzi, fundadores da Prati-Donaduzzi. Eles afirmam que o objetivo é incentivar a pesquisa aplicada na área de saúde, a geração de empregos e a atração de mão de obra para as indústrias da região.

Eles doaram R$ 100 milhões para o projeto, valor que inclui a compra do terreno, a infraestrutura interna do local e as construções da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Complexo de Pesquisa e Desenvolvimento do parque. Essas obras serão todas custeadas com investimento próprio da família Donaduzzi, que já sinalizou que pode vir a aportar mais dinheiro, caso necessário.

A família também está em busca de parceiros privados para erguer hospitais e indústrias no Biopark. Já há acordos de intenção firmados para a construção de um hospital da Unimed e para levar o Hospital Bom Jesus, da Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp), para dentro do parque. Até o momento, nenhuma indústria fechou contrato para se instalar no local.

O poder público também não deve aportar dinheiro diretamente no projeto, com exceção para a construção do segundo campus da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), o que ainda não foi confirmado pelo governo. Há expectativa que o governo ajude na atração de indústrias e laboratórios através de incentivos fiscais.

*A repórter viajou a convite da Prati-Donaduzzi.

Prati-Donaduzzi será a empresa âncora do Biopark

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Apesar de ser um empreendimento da família Donaduzzi – e não da indústria farmacêutica - o Biopark terá como empresa âncora a Prati-Donaduzzi, que utilizará o Complexo de Pesquisa e Desenvolvimento do local. Nenhuma outra empresa anunciou a sua instalação no parque até o momento.

“O grande diferencial do Biopark em relação aos parques privados é que ele é uma demanda da indústria. Os parques privados que nós temos no país são uma demanda da universidade, construídos para alocar seus alunos e professores”, diz Luiz Donaduzzi. “Aqui é diferente. É a Prati, como grande empresa âncora, ao lado de outras indústrias que vão demandar o que elas precisam”, completa.

Um parque tecnológico busca alinhar ensino e pesquisa de nível técnico e superior às demandas das indústrias. Os empreendimentos, normalmente, abrigam grandes companhias, startups, incubadoras, laboratórios, centros de pesquisas e universidades. O objetivo final é que as pesquisas desenvolvidas dentro do parque possam ir para o mercado.

Na área de parque privados no país, a iniciativa mais bem sucedida até então é o Tecnopuc, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, instalado em Porto Alegre e Viamão, cidades do Rio Grande do Sul. São mais de 100 empresas no local, entre elas a Dell, HP e Microsoft, e mais de 6 mil empregos diretos.

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