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5ª Avenida, tradicional centro de compras em Nova York: brasileiros gastaram US$ 1,94 bilhão no exterior em abril | Arquivo/ Gazeta do Povo
5ª Avenida, tradicional centro de compras em Nova York: brasileiros gastaram US$ 1,94 bilhão no exterior em abril| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Fluxo cambial

Entrada de dólares supera saída

A entrada de dólares no país já supera a saída em US$ 45,5 bilhões, segundo dados do Banco Central até a última segunda-feira. O valor supera em 87% o registrado em todo o ano de 2010. Dados parciais para maio mostram uma entrada de US$ 8,3 bilhões, sendo US$ 5,4 bilhões por meio do comércio exterior (exportações menos importações) e US$ 2,9 bilhões em operações financeiras. As compras de dólar do BC no período somam US$ 3,98 bilhões.

Previsões

O Banco Central espera uma redução nos investimentos estrangeiros diretos em maio, para US$ 2,9 bilhões. O valor ficará abaixo do déficit nas transações do país com o exterior, que é estimado em US$ 3,75 bilhões. Em abril, os investimentos estrangeiros registraram três recordes para a série iniciada em 1947: maior valor para meses de abril (US$ 5,5 bilhões), em 12 meses (US$ 63,7 bilhões) e no 1º quadrimestre (US$ 22,98 bilhões).

Os investimentos em ações no país, que acumulam queda de 75% até abril, registram em maio o melhor resultado do ano, uma entrada de US$ 1,16 bilhão. O investimento em títulos também cresceu, para US$ 487 milhões, segundo dados até ontem.

O Banco Central avalia que as medidas anunciadas recentemente para frear os gastos de turistas e o endividamento de empresas e bancos no exterior já tiveram resultados. No início do ano, o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre gastos no cartão de crédito fora do país de 2,38% para 6,38%. Também elevou o mesmo tributo sobre captações de recursos no exterior de 2% para 6%.

A medida dos cartões começou a valer no dia 26 de abril, segundo o BC, mês em que o gasto dos turistas bateu recorde da série iniciada em 1947 (US$ 1,94 bilhão). Dados parciais de maio mostram um gasto de US$ 1,24 bilhão até ontem. Houve queda em relação a abril, mas o valor é recorde para meses de maio.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que houve um "arrefecimento significativo" dos gastos em maio em relação a abril, mas lembrou que o mês anterior teve mais feriados do que o atual.

Em relação às captações de empresas e bancos, ele afirmou que a medida do governo já gerou dois efeitos. "O primeiro é a redução desses fluxos. O segundo, um aspecto benéfico, é o alongamento do perfil da dívida. Você está trocando dívida de curto prazo, de até um ano, por dívida de longo prazo", afirmou. "As captações de curto prazo estão zeradas neste mês."

Dados do BC mostram que a entrada de dinheiro no país por esse canal passou de uma média mensal de US$ 8,5 bilhões no primeiro trimestre de 2011 para US$ 3,9 bilhões em abril e US$ 3,0 bilhões em maio.

Os empréstimos de longo prazo subiram de uma média de US$ 3,2 bilhões para US$ 7,4 bilhões e US$ 6,3 bilhões nos mesmos períodos. Já os de curto prazo, que estavam em uma média de US$ 5,3 bilhões, estão agora negativos, ou seja, o pagamento de dívidas superou a obtenção de novos empréstimos em abril e maio em cerca de US$ 3,4 bilhões em cada mês.

O aumento do endividamento de bancos e empresas por causa do dólar barato e dos juros baixos fora do país é uma das principais preocupações do governo. Além do risco cambial, há o problema de que esse dinheiro "barato" acaba anulando a política de aumento de juros no país para controlar a inflação. Os recursos externos destinados a linhas de crédito cresceram 17% no quadrimestre em relação a dezembro, para o valor recorde de R$ 103 bilhões.

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