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Dilma passou “recado” a montadoras de Londres | Sergio Moraes/Reuters
Dilma passou “recado” a montadoras de Londres| Foto: Sergio Moraes/Reuters

Descaso

GM de São José dos Campos é caso pontual, diz Fenabrave

Agência Estado

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, avaliou a situação em que se encontra a General Motors (GM) de São José dos Campos (SP) como um caso pontual na indústria. Há a preocupação de que a montadora demita mais de 1.500 empregados, o que vem causando mobilização na planta por parte do sindicato dos metalúrgicos de toda a região.

O governo federal esteve no local, na quinta-feira, para intermediar as negociações por meio do secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Manoel Messias. Foi o caso da GM que incitou as declarações de ontem da presidente Dilma Rousseff sobre a necessidade das montadoras manterem o compromisso do emprego de seus funcionários em contrapartida às desonerações concedidas ao setor.

O executivo fez a avaliação após sair da sede do Ministério da Fazenda, onde esteve reunido com o ministro interino, Nelson Barbosa. "Não posso responder pela indústria, mas creio que é um caso pontual e acredito que as montadoras vão ter bom senso para rever sua posição", afirmou.

Os distribuidores de veículos pediram ao Ministério da Fazenda, ontem, a prorrogação da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros, que se encerra no dia 31 de agosto. O pedido foi feito em um momento delicado, diante da insatisfação do Palácio do Planalto com a possível demissão de 1.500 trabalhadores na General Motors de São José dos Campos, São Paulo.

O sindicato dos metalúrgicos, a empresa e o próprio governo tentam encontrar uma saída para o caso. A resposta do ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, foi a de que o governo condicionará a extensão do benefício a um compromisso da empresa de que o quadro de funcionários não sofrerá redução, conforme relatou a senadora Kátia Abreu (PSD-TO).

Números

Para tentar convencer o ministro de que o setor depende da isenção, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, foi armado de números. De acordo com ele, as vendas do setor vinham apresentando queda até maio (-1,5%), mas em julho reverteram a direção e passaram a subir 1,5%. Por causa disso, a Fenabrave já espera um crescimento das vendas de 3% a 4% este ano. Até então, a estimativa era de retração em 2012.

Ele avaliou a situação da GM como pontual. De Londres, no entanto, a presidente Dilma Rousseff ameaçou suspender o benefício da redução do IPI para todo o setor caso os desligamentos sejam efetivados. "Nós só damos incentivos e fazemos uma política anticíclica voltada para o crescimento para garantir o emprego. São todos, não só as montadoras, todos os setores que receberam incentivo do governo tem de saber que nós fazemos isso por um único motivo do mundo: garantir o emprego e a renda do povo brasileiro", disse ela, em coletiva de imprensa.

"Setorialmente não tem havido demissões na indústria autobilística nacional. O caso da GM é pontual e cabe a ela explicar ao governo o que está acontecendo em sua unidade em São José dos Campos", contestou o diretor de Relações Institucionais da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ademar Canteiro. "Nosso acordo com o governo é de manter o nível de emprego no setor com exceção de programas de demissão voluntária, lay off e contratos temporários", acrescentou.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mostram que entre janeiro e junho deste ano o saldo é de 3.559 contratações.

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