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Concessionárias esperam movimento de “fim de semana” hoje: número de licenciamentos de modelos novos deve superar a marca de 320 mil veículos no mês | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Concessionárias esperam movimento de “fim de semana” hoje: número de licenciamentos de modelos novos deve superar a marca de 320 mil veículos no mês| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Consumo

Apenas 14% aproveitaram desoneração

Levantamento da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) indica que apenas 14% dos consumidores aproveitaram a redução de impostos feita pelo governo durante a crise para comprar algum produto.

Mesmo com a baixa adesão, a pesquisa mostra que os mais ricos aproveitaram o benefício para trocar de carro. Entre aqueles que compraram algum produto desonerado, 49% dos entrevistados que pertenciam à classe AB adquiriram um automóvel novo. Para 26% da classe C, a oportunidade de reformar a casa ficou refletida nas vendas de materiais de construção. Já as classes D e E aproveitaram para trocar a geladeira (36%) e o fogão (33%). A pesquisa ouviu mil entrevistados, de todas as classes sociais, em 70 cidades durante o mês de janeiro.

Para efeitos de definição de classes econômicas, a FGV considera como classe E as famílias com renda total de até R$ 804, considerando todas a fontes; classe D são as famílias com renda entre R$ 804 e R$ 1.115. A classe C (classe média) é composta por famílias com renda entre R$ 1.115 e R$ 4.807 e a classe AB (alta), por famílias com ganho mensal acima de R$ 4.807. Os valores são atualizados a preços de dezembro de 2008.

Em comunicado, o coordenador de Economia e Pesquisa da Fecomércio-RJ, João Carlos Gomes, admitiu que o porcentual de pesquisados (1 mil pessoas em 70 cidades do país) é pequeno, mas considerou que o resultado mostra que o incentivo criou uma oportunidade de negócio e estimulou o brasileiro a ir às compras. (ACN, com agências)

As concessionárias aguardam hoje um movimento "de fim de semana", neste que é o último dia de vendas sob a alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis. Contando com o hábito do brasileiro de deixar tudo para a última hora, os empresários do setor esperam bater o recorde histórico de vendas num mês – o atual é de setembro de 2009, quando foram vendidas 308.713 unidades em todo o país.

Dados preliminares divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) já apontam para um recorde mensal, com 299.217 emplacamentos de veículos novos até a última segunda-feira. O número representa um avanço de 10,23% sobre as vendas do mesmo período de 2009, contabilizados os automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em fevereiro, foram vendidas 220.971 unidades – o que dá aos números preliminares de março uma vantagem de 35,42%. No acumulado do ano, até o dia 29, as vendas foram de 733.488 veículos, com um acréscimo de 9,76% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

Se nos dois últimos dias do mês for mantida a média de pouco mais de 10 mil veículos vendidos por dia em todo o país, março poderá alcançar o resultado de 320 mil unidades.

Fim da isenção

Após 1 ano, três meses e 21 dias, os carros com motor flex 1.0 voltarão a ter alíquota do IPI em 7%, em vez dos 3% que vigoram até hoje. Já para os veículos com motor flex entre 1.0 e 2.0 cilindradas, o imposto passará de 7,5% para 11%. Para o cliente, trocar de carro ainda hoje pode significar uma economia entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil na compra de um modelo com valor médio de R$ 30 mil.

Mas quem deixou para os últimos instantes já poderá sentir a falta de alguns modelos, esgotados com as vendas do último fim de semana. Segundo as concessionárias, é menor também a chance de o cliente escolher cores e detalhes, principalmente nos veículos da chamada "linha de entrada" – carros sem opcionais, com preços mais baixos –, que representam 70% das vendas do setor.

"Tivemos um aumento muito forte no movimento nos últimos dias. Estamos trabalhando com a equipe de vendas completa há dez dias, sem folga nos fins de semana. Amanhã (hoje) esperamos vender cerca de 20 carros, o mesmo volume previsto para um sábado normal", diz o gerente de vendas da loja Marechal Floriano da concessionária Ford Center, Luiz Antônio Raymundo.

"Estamos investindo pesado em marketing e propaganda, para deixar claro para os clientes de que este é realmente o último dia para comprar um carro com o desconto do IPI", diz a gerente de vendas concessionária Gran Park (Chevrolet), Nádia Tuerlin. Para hoje, ela espera um volume de vendas 30% superior ao comparado com a média de um último dia do mês.

O gerente de marcas do grupo Barigui, Hamilton Cesário Milani, confirma que o estoque de alguns modelos está no final. "Já não temos algumas configurações do Ka e nenhuma unidade do Focus 1.6", diz.

Outro gerente de concessionária que pediu para não ser identificado conta que há dois dias já bateu a meta de vendas de sua unidade. Com as comissões de março garantidas para toda a equipe, ele revela que está lançando as vendas dos últimos dias para o mês de abril, "para garantir um bom resultado mesmo com a previsão de queda nas vendas com o fim da redução do IPI".

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