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Veja a evolução das taxas mensais de juros para pessoa física |
Veja a evolução das taxas mensais de juros para pessoa física| Foto:

Medida pode estimular concorrência

Enquanto Banco Central e Congresso Nacional estudam propostas para descentralizar o setor de cartões e torná-lo mais competitivo, analistas se dividem quanto à eficácia das medidas que foram apresentadas até agora.

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O cartão de crédito é a única entre as modalidades mais comuns de crédito para pessoa física que, desde o início do ano, não baixou as suas taxas ao consumidor. Pelo contrário, em fevereiro ela aumentou 1,1% e se manteve estável desde então, enquanto a média geral do crédito caiu 4,1% no semestre, segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Nenhuma das linhas, no entanto, abaixou suas taxas na mesma proporção que o Banco Central derrubou a taxa básica (Selic), de 13,75% para 9,25% ao ano, o que representa um corte de 32,7%. Se tivesse acompanhado a Selic, por exemplo, hoje a taxa média de cartão de crédito estaria em 7,2% ao mês, mas ela permanece em mais de 10,68% mensais.

O vice-presidente da Anefac, Miguel Oliveira, afirma que não há critério técnico que justifique um comportamento diferenciado da manutenção em alta do custo do cartão de crédito. "O que explica é a falta de competição neste segmento, no qual o excesso de concentração e a falta de regulação deixam as empresas livres para praticar qualquer preço", avalia. Um estudo de 2007 do Banco Central aponta que o volume nacional de transações com cartões de crédito e débito quase triplicou em um período de cinco anos, com apenas duas bandeiras – Visa e Mastercard – respondendo por mais de 90% das transações. "Para o consumidor não adianta mudar de bandeira, porque o custo será o mesmo", destaca Oliveira.

Enquanto as medidas para regulamentar o setor não chegam, o consumidor deve ter muita disciplina para não perder o controle das compras – especialmente quando ele acumula muitos cartões, como o servidor público Giovani Santos Vieira, de 41 anos. Ele conta que foram compras cotidianas, como as de supermercado, que foram aumentando a sua dívida. "Eram vários cartões, de diferentes operadoras. Isso complicou bastante, porque você perde o controle de onde está gastando o dinheiro", diz. Há aproximadamente um ano ele está pagando as dívidas adquiridas, e hoje está próximo de liquidá-las completamente. Mas a experiência fez com que se afastasse das compras a crédito.

Bola de neve

Possuir muitos cartões de crédito também causou problemas para o estudante Wilson Bernardelli, de 22 anos. Ele diz que, aos 18, já tinha quatro cartões em seu nome. O problema começou em um período de dificuldades financeiras, no qual ele e sua família recorreram ao crédito rotativo e acabaram entrando na bola de neve. "Um cartão vencia, eu pagava com outro, pois não tinha outro jeito. E os juros eram absurdos", diz. A dívida acabou motivando a venda da casa da família, que hoje mora em um apartamento menor.

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