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A taxa média de juros nas operações de crédito ao consumo alcançou em junho o maior valor da pesquisa de crédito do Banco Central, iniciada em março de 2011.

A taxa do chamado crédito livre para pessoas físicas subiu de 42,5% ao ano em maio para 43% ao ano em junho. No final de 2013, a taxa estava em 38% ao ano.

O juro do cheque especial chegou a 171,5% ao ano em junho; a do crédito pessoal, a 100,3% ao ano.

No consignado (com desconto na folha de pagamento), a taxa está em 23,6% para servidores públicos, 27,9% para beneficiários do INSS e 32,4% para trabalhadores do setor privado.

Apesar da queda no custo de captação dos bancos desde dezembro, houve aumento do "spread" bancário de 5,5 pontos porcentuais no período.

O "spread" é a parcela da taxa influenciada por fatores como inadimplência, tributos, despesas e o ganho das instituições financeiras.

Inadimplência

O BC informou ainda que a inadimplência para pessoas físicas recuou tanto no crédito livre, de 5% para 4,8%, retornando ao valor de abril, como no direcionado, de 1,9% para 1,7%.

O crédito direcionado é composto pelas operações com juros controlados ou subsidiados, como rural, habitacional, dinheiro do BNDES e microcrédito.

A queda no ritmo da economia e os juros mais altos contribuíram também para nova desaceleração do crédito.O saldo total de operações somou R$ 2,83 trilhões no mês passado (56,3% do PIB), com crescimento de 11,8% em 12 meses.Essa é a menor taxa de expansão da série histórica e está abaixo da previsão do BC para o fechamento do ano, que é um crescimento de 13%.

O crédito ao consumo para pessoas físicas cresce a uma taxa de 5,8% em 12 meses. As operações direcionadas, por outro lado, avançam 28%, puxadas pelos financiamentos imobiliários.

Para as empresas, o avanço foi de 5,1% no crédito livre e 14,8% no direcionado, este último com grande participação do crédito subsidiado do BNDES.

Pacote

A desaceleração do crédito e a queda na inadimplência são fatores que contribuíram para que o BC retirasse na última sexta-feira (25) algumas restrições às concessões para pessoas físicas.A instituição também anunciou incentivos para o crédito. Ao todo, o pacote tem impacto estimado nesse mercado de R$ 45 bilhões.

"O comportamento do mercado de crédito no primeiro semestre do ano evidencia a desaceleração das carteiras com recursos livres e direcionados, em cenário de elevação de taxas de juros e estabilidade da inadimplência", diz o BC no relatório da pesquisa.

"Nesse período, as contratações pelas famílias apresentaram melhor dinamismo que no segmento corporativo, destacando-se os empréstimos consignados, rurais e imobiliários, modalidades de menor risco e prazos mais elevado."

Cheque especial

Entre as principais linhas para pessoas físicas, houve queda no saldo de crédito para compra de veículos (-3%) e uso do cartão de crédito à vista (-5%) no primeiro semestre.

Lideram o crescimento o crédito imobiliário (+29%), cartão de crédito rotativo (+15%), cartão parcelado com e sem juros (+12%), cheque especial (+8,5%) e consignado (+7,3%).

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