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As taxas de juros cobradas pelos bancos em suas operações de crédito para as pessoas físicas já recuaram, em fevereiro deste ano, aos níveis registrados em setembro de 2008, ou seja, antes do agravamento da crise financeira internacional, segundo revelam dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Banco Central.

A crise se agravou em meados de setembro, com o anúncio de concordata do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, mas seus impactos na economia brasileira começaram a ser sentidos de outubro em diante.

Segundo os números do BC, a taxa média de juros dos bancos em suas operações com pessoas físicas recuou de 55,1% em janeiro, para 52,1% ao ano em fevereiro deste ano. No início de março, voltou a cair, agora para 51,5% ao ano. Em setembro do ano passado, a taxa média estava em 53,1% ao ano. Em outubro de 2008, já avançou para 54,8% ao ano, passando para 58% ao ano em novembro e dezembro do ano passado.

"Houve redução pronunciada principalmente nos juros para as famílias, para o cheque especial e crédito pessoal. São modalidades cujas taxas recuaram bastante, para patamares anteriores à crise. Os juros de pessoas jurídicas também têm recuo das taxas, mas não tão pronunciadas, por conta dos spreads [diferença entre o custo de captação dos bancos e o valor cobrado de seus clientes]", informou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Principais linhas de crédito para pessoas físicas

O mesmo acontece com as taxas das principais linhas de crédito dos bancos para pessoas físicas. No caso do cheque especial, que em janeiro deste ano somou 172% ao ano e interrompeu uma tendência de doze meses de elevações, a taxa recuou para 166,7% ao ano em fevereiro.

A taxa média do cheque especial de fevereiro deste ano, segundo o Banco Central, é a mais baixa desde agosto do ano passado, quando estava em 166,4% ao ano. Mesmo com a queda nos dois últimos meses, a taxa do cheque especial continua muito mais alta do que outras modalidades de crédito.

"O cheque especial sempre foi uma modalidade com juros mais altos e continua muito alta. Mas chegou a patamares muito elevados e está retornando ao patamar anterior ao da crise. Chegamos a uma taxa pré-crise, mas é muito elevada", avaliou Altamir Lopes, do BC.

No caso da taxa cobrada pelos bancos no crédito pessoal para pessoa física, a taxa caiu de 56,5% ao ano em janeiro deste ano para 54,5% ao ano em fevereiro. É o valor mais baixo desde julho de 2008, informou o BC, ou seja, também antes do agravamento da crise financeira internacional.

Para a compra de veículos por pessoas físicas, a taxa média de juros cobrada pelos bancos recuou de 34,7% ao ano em janeiro para 31,8% ao ano em fevereiro de 2009. Segundo a autoridade monetária, é o valor mais baixo desde junho do ano passado.

Taxa geral e de empresas

Se a taxa das pessoas físicas já recuou aos níveis registrados antes de setembro de 2008, quando houve piora da crise financeira internacional, o mesmo não acontece com a taxa média geral dos bancos e das empresas.

Em fevereiro deste ano, a taxa média dos bancos de todas as suas operações de crédito com recursos livres caiu para 41,3% ao ano, contra 42,4% ao ano em janeiro de 2009. Em setembro do ano passado, estava em 40,4% ao ano.

No caso da taxa média de juros cobrada pelos bancos das empresas, a taxa passou de 31% ao ano em janeiro para 30,8% ao ano em fevereiro de 2009. Em setembro de 2008, estava em 28,3% ao ano.

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