Os vizinhos estão atentos às oportunidades de negócio e crescimento no setor de turismo que os eventos internacionais que ocorrerão no Brasil, como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, podem promover na América Latina. Reunidos no Fórum Panrotas 2012, em São Paulo, os ministros da pasta de turismo do Chile, Argentina e México trouxeram a proposta de trabalhar o continente como multidestino.
Pelos debates iniciais, os países latinos fariam esforços para baixar impostos do setor e debelar questões burocráticas na área de exportação e comércio exterior. A diplomacia também deverá ser acionada, para ajustar as exigências de visto de entrada para turistas. Outros entraves, como o sistema de transporte para vencer as distâncias geográficas, ainda não entraram na pauta de intenções.
Despreparo
Visivelmente menos preparado que os colegas, o ministro brasileiro Gastão Vieira não quis detalhar a pauta de discussões do governo federal sobre o plano de multidestinos latinos. Disse apenas que já há projetos em andamento para desonerar o setor, como a redução de impostos sobre o querosene de aviação. "Mas isso precisa ser discutido com os estados também", explicou.
Vieira disse ainda que espera a aprovação do Plano Nacional de Turismo, em análise na Casa Civil. Espera-se que em 60 dias o documento seja assinado pela presidente Dilma Rousseff. Outra medida que aguarda aprovação do governo federal é a resolução que coloca o turismo na cesta do comércio exterior e estende aos empresários de turismo as vantagens vigentes para exportadores e importadores, como já ocorre na Argentina, Chile e México.
Contraste
No momento, o ministro brasileiro trabalha com pouco suporte estatístico. Disse que sonha com o Brasil entre os cinco principais destinos mundiais, mas não apresentou estratégias para isso. Enquanto isso, o México, o mais avançado na área entre os países que se apresentaram no evento, ganha terreno. O Acordo Nacional do Turismo, assinado pelo presidente Felipe Calderón com todos os estados da federação e outros setores ligados à atividade, mostra que a mobilização em torno do turismo dá resultado. O país recebeu, no ano passado, 190 milhões de visitantes. O setor já é a terceira indústria do país resultado das dez bases de atuação do acordo e das 101 ações estratégicas elaboradas para colocar o país na lista dos cinco mais visitados do mundo.
O Chile também deu suas lições. O ministro Pablo Longueira quer chegar a 4 milhões de turistas em 2014 e lembrou que seu país participa de 30 acordos comerciais para facilitar o trâmite burocrático no setor. As fronteiras do Chile também já estão abertas: o país não exige visto de entrada.
A jornalista viajou a convite da Panrotas.
-
Green Deal Global, COP30 e biodiversidade: o que Macron e Lula acordaram sobre a Amazônia
-
Filho do traficante Marcinho VP vira rapper de sucesso idolatrando o tio Elias Maluco, assassino de Tim Lopes
-
Mauro Cid, a prisão e o sigilo
-
“Miami do Sul” tem praias naturais, ilhas exclusivas e terrenos de R$ 3 milhões
Tesouro diz que carga tributária caiu em 2023, puxada por ICMS e impostos empresariais
Após acusação de Ciro Gomes contra governo, BC diz que bancos receberam 3% dos precatórios
Após impasse com governo, iFood propõe que contribuição de entregador seja progressiva
Governo antecipa pagamento de precatórios e rombo das contas bate recorde em fevereiro
Deixe sua opinião