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Veja quatro maneiras de perder dinheiro no Tesouro Direto, o mais seguro dos investimentos no Brasil. | Bigstock
Veja quatro maneiras de perder dinheiro no Tesouro Direto, o mais seguro dos investimentos no Brasil.| Foto: Bigstock

O Tesouro Direto é o campeão dos campeões do investimento seguro no mercado financeiro brasileiro. Agrega investidores ano após ano (num estoque que chegou a R$ 44,6 bilhões em abril, o maior da série histórica), serve de motor para o surgimento de corretoras e instituições cada vez mais descomplicadas e econômicas, e cumpre um papel importantíssimo para o país: é o jeito de o governo pegar dinheiro emprestado diretamente do cidadão. 

Todo esse pacote de confetes ao Tesouro Direto, porém, não quer dizer que não seja possível perder dinheiro com ele. Alguns erros básicos, como até mesmo a falta de entendimento sobre como ele funciona, podem fazer os investidores perderem dinheiro ou, no mínimo, ganhar menos do que poderiam. 

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A reportagem conversou com a economista da plataforma de gestão automatizada de investimentos Vérios, Ana Vitória Baraldi, vasculhou o site oficial dos títulos, e reuniu os quatro principais erros. Confira: 

1. Confundir a rentabilidade garantida na compra com a taxa do dia 

Quando você acessa a sua conta no Tesouro Direto, o que está ali é o quanto o papel vale se ele for vendido no dia. Não é porque classificam o Tesouro Direto como investimento de “renda fixa” que nada mexe com ele. A expressão se deve mais ao fato de que na renda fixa, ao contrário da variável, você sabe exatamente como será remunerado pelo investimento.

“No dia seguinte ao escândalo do Temer, tiveram títulos que caíram muito mais do que a bolsa, cerca de 20%. Mas aquele foi um efeito do dia (...) O que a pessoa pode ter certeza é que se ela ficar com o título até o final ela vai receber o que estava previsto”, exemplifica Ana Vitória. 

Por outro lado, se você vender o seu título antes da hora, o valor de venda será aquele do dia. 

Todo mundo que compra um título, seja que dia for, terá o mesmo rendimento lá na data final. Isso quer dizer que um título com vencimento lá em 2025 terá de pagar a mesma rentabilidade para quem comprou ontem e para quem vai comprar lá em 2020 se o título estiver à venda ainda até lá. O que o Tesouro Nacional faz é recalcular os preços dos títulos todos os dias, com base no IPCA, na taxa de juros e outros fatores, para que haja um equilíbrio nessa conta toda. 

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É por isso que você pode comprar um título hoje e amanhã, ops, alguém vai lá e compra o mesmo título por um pouco menos. Sorte do outro. Por outro lado pode ser que quem comprar o mesmo título amanhã pague mais caro do que você. Sorte sua. 

Muitos analistas, aliás, aconselham ficar de olho nessas oscilações entre taxa e preço dos títulos como forma de saber quando entrar na brincadeira, ou seja, comprar um título. Na prática, quem já tem uma corretora costuma receber um aviso do seu gestor no dia em que algo assim surge. 

É que na tabela do Tesouro Direto a rentabilidade do título é inversa ao preço. Quando a primeira sobe, o segundo cai e esse é um ótimo momento para comprar o título. 

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2. Vender o título antes da hora. Pior, antes de um mês 

Mesmo no Tesouro Selic, que rende dia após dia e pode ser vendido a qualquer momento, se desfazer do título antes de 30 dias é uma péssima ideia. 

É que até um mês os seus rendimentos estão sujeitos ao Imposto Sobre Operações Financeiras, o IOF. Isso, associado com outras taxas do Tesouro (0,3% ao ano da BM&FBovespa) , pode fazer, sim, você perder dinheiro. 

O único cenário em que pode (veja bem “pode”) valer a pena vender o seu título antecipadamente é quando você tem um papel que está pagando mais juros do que quando você o contratou. 

Mesmo assim, o que qualquer analista ou consultor vai te dizer é que não vale a pena ganhar um pouco numa operação assim se você não tiver um plano para aplicar, logo em seguida, o que você ganhou. 

Além disso, uma operação assim pode ser traiçoeira. Pensando assim, de um jeito tão curto prazo, pode ser que você esteja comprometendo um objetivo de maior prazo e abrindo mão de um título cujas condições você pode não encontrar mais. 

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3. Investir no Tesouro Direto via bancos tradicionais 

Esses bancos costumam cobrar taxas de administração altas, de até 4%, enquanto corretoras e boutiques menores estão até mesmo abrindo mal de cobrar qualquer taxa de administração para atrair mais clientes. No próprio site do Tesouro Direto é possível olhar a lista das instituições habilitadas a vender e comprar e títulos e pesquisar aquelas com as menores taxas ou mesmo aquelas que não cobram nada. 

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4. Escolher um título sem pensar nos seus objetivos 

A data de vencimento e o tipo de título devem ser compatíveis com os seus objetivos. Então, antes de investir no Tesouro Direto, o primeiro o passo é pensar nesses objetivos e no prazo que você imagina que eles levarão para serem alcançados. 

Os títulos pré-fixados, por exemplo, são uma boa opção para planos de médio e longo prazos. Exemplos: comprar um carro ou fazer uma grande viagem. Os pré-fixados (LTN) também são bons para quem aposta na queda da Selic (cenário que, até o estourou da crise política em Brasília, era o esperado o Brasil), porque vão garantir uma rentabilidade, lá no final, acima de outros investimentos do mercado que acompanham a taxa básica de juros mais de perto. 

Este título mencionado acima, aliás, é dica de investimento do especialista em finanças e blogueiro da Gazeta do Povo, Teco Medina, em meio a esse caos em Brasília:

Já quem já passou da fase de acumular patrimônio e quer garantir mais um fluxo de rendimentos periódicos, os pré-fixados com juros semestrais (NTN-F) são indicados, pois pagam semestralmente os rendimentos obtidos.

Os títulos pós-fixados (Tesouro Selic ou Tesouro IPCA +), por outro lado, são boas opções para quem tem planos a mais curto prazo.

Aprenda mais com os vídeos do Tesouro Direto:

Títulos pré-fixados

Títulos pós-fixados - Selic

Títulos pós-fixados - IPCA +

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