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Aos 25 anos,  Maria Luisa Lesnioski, de Paranavaí, viu seu nome duas vezes na  lista de candidatos aprovados no concurso do  Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, para técnico e analista. | Arquivo pessoal/
Aos 25 anos, Maria Luisa Lesnioski, de Paranavaí, viu seu nome duas vezes na lista de candidatos aprovados no concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, para técnico e analista.| Foto: Arquivo pessoal/

Maria Luisa Lesnioski não ficou exatamente surpresa quando viu seu nome na lista de aprovados do concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná , no dia 20 de outubro do ano passado, mas ficou feliz em dose dupla. Aos 25 anos, ela foi aprovada em 1.º lugar para o cargo de técnico judiciário da área Administrativa e em 4.º lugar para o cargo de analista judiciário da área Judiciária.

“Eu já havia conferido o gabarito e conhecia a minha pontuação na prova, mas a nota da redação sempre pode mudar tudo [...] Quando saiu o resultado, foi uma mistura de alívio e muita felicidade; estudar nunca foi um sacrifício para mim”, conta a jovem, moradora de Paranavaí, no Noroeste no estado. Formada em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 2014, Maria Luisa já sonhava com a carreira pública quando entrou na faculdade. Enquanto ainda cursava Direito, fez concursos do TRT-PR, TRT-RS e TRF da 4.ª Região para conhecer o estilo das bancas e treinar.

O foco total em concursos começou mesmo em 2015. Recém-formada e sem saber bem por onde começar, ela iniciou por conta o estudo das matérias comuns nos editais dos TRTs. Durante seis horas por dia, especialmente de segunda à sexta-feira (mas também nos fins de semana), ela se debruçou sobre conteúdos de Direito Constitucional, Administrativo, Civil e Processual Civil. “Os concursos de carreira em magistratura exigem alguns anos de experiência na área. Sabia que era difícil conseguir aprovação logo de cara, então, precisava de uma base.”

Os primeiros resultados em pouco mais de um ano de estudo. Maria Luisa foi aprovada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, ambos ainda com possibilidade de nomeação. Mas seu sonho mesmo era ficar no Paraná. Quando saiu o boato do edital do TRE do Paraná, em maio de 2017, ela se jogou nos estudos. Imprimiu o edital anterior do órgão e passou a estudar de 8 a 10 horas diárias, de domingo a domingo. Levantava sempre no mesmo horário, tomava café, estudava, almoçava voltava a estudar. Foi assim até o dia anterior à prova, no dia 3 de setembro de 2017.

“Eu não gostava de estudar à noite, mas tinha a preocupação de não fazer nada que fosse prejudicar meus estudos ao longo do dia”. Maria Luisa abriu mão de festas com os amigos e viagens com a família para não comprometer a rotina sagrada de estudos, um sacrifício que ficou mais fácil com o apoio incondicional dos pais, do namorado e dos amigos.

Em 2,5 anos de estudos, ela desenvolveu um método próprio. No começo, comprou um curso com videoaulas específicas para tribunais, mas não se adaptou. Gostava mais dos livros. Leu e releu as leis que estavam no edital, mas também não se limitou a decorá-las pura e simplesmente, embora a banca do concurso do TRE-PR, a Fundação Carlos Chagas, tivesse a fama de reproduzir a “letra” da lei em suas provas. Mérito dela, pois a prova do TRE-PR foi, segundo Maria Luisa, bem atípica para os padrões da banca.

É importante estar preparado para uma rápida mudança de perfil da prova. Eu já estava adaptada ao perfil da banca, mas não quis contar só com isso. As provas da Fundação Carlos Chagas tinham fama de ser “copia e cola” da lei, com pouca jurisprudência e doutrina, mas a prova cobrou muito conteúdo aprofundado, com doutrina, o que acabou favorecendo os candidatos que estudavam de forma mais aprofundada

À espera da nomeação

A prova para técnico não estava nos planos da concurseira. “Tinha medo de me prejudicar para a prova de analista, que era meu grande objetivo. Na última hora resolvi arriscar, afinal, era outra chance de passar em um concurso no meu estado. Como estava muito tranquila, acho que fui melhor”.

Maria Luisa ficou em 1.º lugar para o cargo de técnico judiciário da área Administrativa, o cargo mais concorrido do edital do TRE-PR, com 31.727 inscritos e salário inicial de R$ 7.260,41. A posição dela dá direito à nomeação, já que o edital previa duas vagas para este cargo.

Ela também foi aprovada em 4.º lugar para o cargo de analista judiciária da área Judiciária, cujo edital previa duas vagas imediatas mais formação de cadastro de reserva, com remuneração inicial de R$ 11.345,90. O valor já inclui R$ 884 de auxílio-alimentação e a gratificação de atividade judiciária (GAJ).

Enquanto espera a nomeação em um dos editais em que foi aprovada, Maria Luisa segue estudando, sem pressão, de olho em futuros editais na magistratura federal, seu objetivo desde o início da sua jornada como concurseira. A grande expectativa é ser chamada no TRE-PR, mas ela sabe que isso pode demorar mais do que esperava. Desde o dia 1.º de novembro de 2017, uma portaria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proíbe os TREs de nomearem servidores para cargos efetivos novos ou em vacância, como uma medida adotada pelo TSE para se adequar ao novo Regime Fiscal no país (a chamada PEC do Teto dos Gastos), que, entre outras coisas, proíbe o crescimento do gasto público dos órgãos públicos federais.

“Minha preferência é pelo TRE-PR, só não imaginei que ia esperar tanto para ser nomeada”, comenta Maria Luisa.

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