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Os bancos digitais, que já oferecem tarifa zero para contas de pessoa física, começam agora a avançar para o mercado de contas para pessoa jurídica. | Pixabay/
Os bancos digitais, que já oferecem tarifa zero para contas de pessoa física, começam agora a avançar para o mercado de contas para pessoa jurídica.| Foto: Pixabay/

Os juros, temidos pelos consumidores em razão das altas taxas cobradas pelos bancos no país, costumam ser mais baixos para pessoas jurídicas, em razão do menor risco de calote e dos valores mais altos envolvidos. Enquanto o cidadão comum paga um juro médio de 7,58% ao mês no crédito, as companhias pagam 4,45%, de acordo com a Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac).

Confira 4 dicas para economizar nas taxas bancárias

O vice-presidente da entidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, aponta que essa taxa tem caído nos últimos meses, seguindo a trajetória de redução da Taxa Básica de Juros da Economia (Selic). Ou seja, o custo do dinheiro para empresas ficou mais baixo, uma boa notícia para os empresários que precisam de capital de giro ou investir para o negócio crescer.

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“Das três linhas de crédito que pesquisamos para pessoa jurídica (capital de giro, desconto de duplicatas e crédito do tipo conta garantida), todas reduziram suas taxas de juros em julho em relação a 12 meses atrás. Com isso, os índices chegaram ao valor mais baixo desde fevereiro de 2016”, afirma Oliveira.

A pesquisa de juros foi a primeira tarefa das sócias Naiara Tomaz Bittencourt, 31 anos, e Paula Boneto, 35 anos, proprietárias de uma loja de roupas na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, quando assumiram o comércio. Para escolher o banco com o qual atuariam, compararam taxas e acabaram optando pela instituição que tinha cobrança mais em conta para a máquina de pagamentos.

“Tudo o que a gente podia economizar em taxas poderia virar investimento para a loja”, destaca Naiara.

Bancos digitais e fintechs acirram concorrência

Os bancos digitais, que já oferecem tarifa zero para contas de pessoa física, começam agora a avançar para o mercado de contas para pessoa jurídica.

O Banco Neon, por exemplo, está terminando de trabalhar a interface de seu “braço” para empresas e chegará a este mercado em breve. O Original mantém uma plataforma para companhias com faturamento acima de R$ 300 milhões por ano. O banco Inter (antigo Intermedium) anunciou no fim de junho a Conta Digital Pro, direcionada para micro, pequenas e médias empresas brasileiras.

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“Com o avanço dos bancos digitais para a área corporativa, a tendência é de que haja maior concorrência em tarifas e juros, então, será uma boa opção principalmente para empresas pequenas e médias”, avalia Dietrich.

Saber filtrar os custos de empréstimos e tarifas é fundamental em razão do acúmulo de gastos operacionais que recai sobre as empresas. Ao evitar um banco que cobre valores muito altos por alguns dos serviços, como cheques administrativos ou descontos de duplicatas, o empresário terá mais dinheiro para investir no negócio, contratar funcionários e encontrar fornecedores com melhor reputação, alertam consultores.

“Os empreendedores precisam ter em mente que, para colocar uma empresa a funcionar, haverá custos que vão além dos já conhecidos com infraestrutura e pessoal”, explica o diretor executivo da Confirp Contabilidade, Richard Domingos.

Considere também as cooperativas

Coordenador do MBA do eixo Gestão da ESPM-Sul, Jorge Dietrich alerta que, ao criar uma conta corporativa, os empreendedores precisam pesquisar alternativas entre os grandes bancos de varejo e também em cooperativas de crédito. Com isso, crescerá a possibilidade de encontrar tarifas ou pacotes de serviços mais baratos.

“Principalmente nas linhas de empréstimo para fluxo de caixa, que são muito importantes para as empresas, os juros mensais são bem elevados nos grandes bancos, entre 3% e 4%, o que traz um impacto forte nas contas”, explica Dietrich.

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Levantamento do Zero Hora junto ao Banco Central (BC), que reúne e compara tarifas e taxas de juros bancários, mostra que os preços dos serviços costumam ser mais baixos nas cooperativas, a exemplo de abertura de crédito, formação de cadastro, mensalidade da conta e manutenção de cartão magnético. Em geral, os serviços ficam mais baratos conforme o relacionamento da empresa com o banco avance, com contratação de seguros ou participação em plano de previdência.

Confira 4 dicas para economizar nas taxas:

1. Embora haja valores unitários para os serviços, alguns pacotes podem trazer um preço final que valha mais a pena.Consulte os bancos sobre os pacotes e avalie se os serviços disponíveis realmente serão de boa serventia para sua empresa.

2. Negocie juros mais baixos e tarifas mais amigáveis em troca da adesão de um outro serviço oferecido pela instituição, como cartões de crédito corporativos, planos de saúde ou previdenciários. Pode ser uma forma de resolver dois problemas de uma só vez.

3. Ainda que seja mais baixo do que para a pessoa física, o juro para empréstimos da pessoa jurídica é alto. Portanto, evite criar dívidas com bancos,principalmente no início do empreendimento,pois as taxas drenam uma parte importante do caixa e tiram o sono do empreendedor.

4. Informe-se com as cooperativas, que em geral têm menos visibilidade do que os grandes bancos, mas podem oferecer taxas e tarifas mais baixas. Há modalidades de contas para autônomos ou para pequenas empresas de algum segmento em específico.

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