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Marcelo Benetti e Julivan Arantes da Silva são amigos do tempo do colégio e sócios na Paperplast. | Albari Rosa
Gazeta do Povo
Marcelo Benetti e Julivan Arantes da Silva são amigos do tempo do colégio e sócios na Paperplast.| Foto: Albari Rosa Gazeta do Povo

O que era para ser um projeto para complementar o salário virou a principal fonte de renda do curitibano Julivan Arantes da Silva, de 35 anos. Em abril de 2016, ele criou o e-commerce Paperplast, de comercialização de produtos da indústria do papel e do plástico. Inicialmente o canal era um braço de uma companhia do mesmo ramo, na qual Julivan atuava como contador, sua área de formação acadêmica. Era como se ele fosse um representante de vendas, que tinha na comissão de 8%, a garantia de um complemento no salário. 

Quatro meses depois, porém, o negócio foi desvinculado da fabricante das mercadorias e tornou-se um empreendimento próprio. “Mesmo as vendas pela internet representando 30% do volume total da indústria, os empresários consideraram que não era rentável o suficiente. Eles deixaram de operar no segmento e cancelaram o e-commerce”, recorda. 

Com um faturamento de R$ 200 mil ao mês, Silva não perdeu a oportunidade de lançar-se como empresário. Em agosto de 2016, ele abandonou a carreira de contador e iniciou operação própria. “Por R$ 100 mil arrematei o estoque de 15 toneladas de bobinas, abri uma sociedade com um amigo dos tempos do ensino médio e agreguei novos fornecedores.” 

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Em 2017, a Paperplast faturou R$ 2,5 milhões. A expectativa é de crescer 20% em 2018 e manter o mesmo índice nos próximos anos, estima Silva. O objetivo é que o site se torne o principal canal de distribuição de produtos das indústrias parceiras até 2020. “No início não havia tanta concorrência. Hoje é preciso um investimento forte em publicidade. São R$ 10 mil por mês para otimizar o posicionamento do site no Google, já que vendemos muito para pessoa física”, revela Silva. 

Há cerca de um ano, o engenheiro mecânico e amigo de colégio Marcelo Benetti, 34, foi convidado a dividir a sociedade. O parceiro, então desempregado, vinha de um ano sabático nos Estados Unidos, após o desligamento de uma multinacional do segmento de ar-condicionado instalada na região metropolitana de Curitiba. 

Com uma estrutura enxuta, Silva e Benetti conseguem aplicar preços competitivos. A dupla tem custos com estoque, manutenção do centro de distribuição, em Araucária, e pagamento de duas funcionárias, responsáveis pelo suporte técnico e área comercial. Todos trabalham home office. “Além de sermos donos do negócio, demos um salto em qualidade de vida e conseguimos dobrar nossos últimos salários em regime CLT. Por enquanto, este retorno inicial é usado para reinvestir no negócio.”

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Agronegócio é responsável por 60% do faturamento da Paperplast

A Paperplast tem como clientes desde pequenos produtores rurais a multinacionais do ramo automotivo. A maior parte dos compradores foi uma descoberta inusitada para os sócios. 

“A comercialização para o segmento do agronegócio representa 60% do total. O que foi uma surpresa, pois não tínhamos noção do quanto este público compra pela internet”, comenta Silva. O e-commerce vende, principalmente, lonas plásticas pretas e filmes plásticos stretch, o equivalente a 95% do estoque atual de 50 toneladas em produtos, que somam cerca de R$ 500 mil. 

A impermeabilização de tanques de peixes e preparo de silagem são as campeãs entre as principais finalidades para a compra de lonas plásticas. As encomendas são entregues em todo o Brasil, a maioria no Sul, Sudeste e Nordeste. Até o fim do ano, o estoque do e-commerce da Paperplast deve ganhar novos itens, como telas plásticas, para cobertura de estufas e estacionamentos, área de criação de gado em confinamento e proteção de obras da construção civil, e lonas vinílicas e enceradas, para uso em caminhões. 

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