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Produtos não levam  conservantes, estabilizantes ou corantes, apenas o açúcar ou o álcool , no caso de alguns tipos, que servem para manter as geleias e os molhos por mais tempo. | Divulgação/
Produtos não levam conservantes, estabilizantes ou corantes, apenas o açúcar ou o álcool , no caso de alguns tipos, que servem para manter as geleias e os molhos por mais tempo.| Foto: Divulgação/

O casal Gabriela Mazzucatto, 31 anos, e Lucas Pelisoli, 28, começou um negócio com mil reais no bolso. Ela, com R$ 500, tinha acabado de ser dispensada do cargo de relações públicas de uma agência. Ele, com outros R$ 500, trabalhava como arquiteto autônomo, mas se aventurava na cozinha para fazer conservas de picles, embutidos e cervejas. Juntos, se reuniram nos fundos da casa dele, com panelas emprestadas da mãe, no comecinho de 2016, para criar a Troppo!, uma marca de geleias e conservas artesanais, que tem sede na cidade de Santo André, em São Paulo.

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Os 20 potinhos de geleia que conseguiam produzir sozinhos por dia viraram, em dois anos, 100 e mais outros 200 embalagens de outros produtos. As vendas, que começaram pelo círculo de amigos e parentes, hoje atingem o país inteiro, seja pela loja online ou pelos cerca de 40 postos de vendas espalhados pelo Brasil. Lucas e Gabriela também deram outros saltos nesse período: foram de apenas 4 sabores de geleia para 14, ampliaram a gama de produtos com relish (uma espécie de molho condimentado) e embutidos, e saíram de um faturamento mensal de R$ 2 mil para os atuais R$ 25 mil mensais.

E eles não querem parar por aí. Para 2018, o casal tem planos de ampliar a produção e industrializar a cozinha, já que hoje o espaço ainda é todo manual, pois usa apenas aparelhos simples, como liquidificador e mixer. Os dois produzem tudo sozinhos – levam cerca de seis horas diárias para fazer os 300 potes –, com a ajuda eventual de apenas uma pessoa, que dá uma força na cozinha em alguns dias da semana. Durante o primeiro ano da Troppo!, os dois também iam a eventos e feiras expor a marca sem a ajuda de ninguém.

Elogios viraram incentivo

O incentivo para apostar em geleia veio por conta dos elogios dos amigos. Como Lucas cozinhava, o teste era feito a partir das pessoas que consumiam o que ele produzia. Quando Gabriela perdeu o emprego, resolveram apostar. Ele continuou por seis meses ainda atuando como arquiteto, paralelamente, até sentir que a Troppo! precisava da sua dedicação integral. Ela, assim que deixou a função de relações públicas, investiu em vários cursos, presenciais e online, para aprender mais sobre a produção de geleias.

Gabriela Mazzucatto e Lucas Pelisoli: casal começou com negócio com R$ 1 mil no bolso e hoje fatura R$ 25 mil por mêsDivulgação

O primeiro ano de vendas dos produtos, 2016, foi praticamente todo para o varejo. Só no ano passado é que eles passaram também a serem vendidos no atacado. Começaram com apenas quatro sabores de geleia: maçã com canela, banana com rum, geleia de bacon e tropical (que mistura manga, papaia, goiaba vermelha e maracujá).

Logo nos primeiros meses começaram a expor os produtos em feiras gastronômicas. Deixavam que as pessoas experimentassem o produto e dessem sugestões. “Muitos pediam sabores, perguntavam por que não fazíamos disso ou daquilo. O Lucas é muito curioso, então a gente investigava, testava combinações e colocava no mercado. Foi assim com a de gengibre com laranja, por exemplo”, conta a sócia. A exposição de produtos foi o jeito que o casal encontrou de saber a opinião dos consumidores e a partir dela também ir modificando algum sabor, deixa-lo mais fraco ou mais forte, com mais ou menos bebida, mais ou menos fruta.

A propaganda começou usando o boca a boca e as redes sociais. Deu tão certo que ainda continua assim. Muitos dos pedidos e sugestões, inclusive, chegam por meio das redes. Hoje, uma das mais pedidas é a geleia de cabernet sauvignon, que usa vinho tinto como ingrediente básico. Este sabor inusitado reflete a aposta do casal na ideia de sempre ouvir os consumidores e testar combinações diferentes, respeitando os sabores específicos de cada ingrediente. “Os produtos com gostos mais fortes são os que mais saem, isso desde o começo da nossa produção”, conta Gabriela.

Aposta no consumo consciente

O casal queria que o produto fosse o mais artesanal possível e respeitasse o consumo consciente. Não usam conservantes, estabilizantes ou corantes, apenas o açúcar ou o álcool – no caso das combinações que misturam fruta com bebida alcoólica, como a geleia de banana com rum – servem para manter as geleias e os molhos por mais tempo. Além disso, respeitam a época de cada fruta para produzir sabores de acordo com a estação. As embalagens seguem a mesma ideia: potes simples de vidro com tampas feitas com papel reciclado. A proposta é que os sabores e a sensação de comer uma geleia, ou um molho, fique bem próximo daquela que as pessoas sentiam quando comiam esses produtos feitos pelas mães ou avós.

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