Anne Schuartz estreou plataforma de encomendas pela internet nesta Páscoa, mas de olho lá na frente.| Foto: Divulgação

Anne Schuartz trabalha vendendo doces há cinco anos. A internet sempre foi seu canal de vendas, mas sempre de maneira muito manual: ela própria responde perguntas que chegam por chat e e-mail, e acerta detalhes das encomendas. Este ano, para dar conta das vendas de Páscoa, Anne resolveu automatizar um pedaço deste processo. Criou um site para receber encomendas e dar conta dos pedidos — que chegam, muitas vezes, em cima da hora.

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As encomendas são feitas pelo site. O consumidor consegue visualizar o cardápio com todos os preços e coloca no carrinho aquilo que deseja comprar. O pedido é encaminhado para o Whatsapp, e o pedido é finalizado por lá. 

A ideia não é muito diferente do que muitas empresas já fazem. Aplicativos de gastronomia, como o iFood e James Delivery, reunem dezenas de lojas virtuais em um mesmo ambiente. Mas em geral são empreendimentos que produzem em escala. O desafio de Anne foi incorporar as tecnologias em um processo de produção artesanal. 

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A doceira, que abriu casa própria há seis meses, produz todos os seus produtos de forma artesanal. Por isso o temor de criar uma loja no ambiente virtual que desse um passo maior do que as próprias pernas. Por isso a opção por um modelo híbrido. 

"Isso vai para o Whatsapp porque acho que consigo manter um atendimento personalizado aos clientes desta forma", explica a doceira. Por isso, por enquanto, nada de robô ou uma automatização de processos que vá além do que ela é capaz de produzir. 

O cardápio virtual agilizou as vendas. Os pedidos chegam mais organizados, e muitos clientes — que deixaram as compras para última hora — são orientados a ir direto na loja, onde alguns produtos estão disponíveis para pronta entrega. 

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Vendas pela internet

"Dentro da internet a pessoa pode começar vendendo só pelo Facebook, para os amigos, mas se ela quiser escalar um pouco o negócio vai precisar de soluções que deem conta", anaisa o Javier Goilenberg, CEO da Real Trends, empresa que oferece ferramentas de gestão e análise para lojistas do Mercado Livre. 

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O momento de migrar das vendas por chat para um e-commerce mais estruturado depende muito de cada empreendedor e de cada projeto, explica Goilenberg. A vantagem é que hoje existem muitas ferramentas que cobram preços baixos e permitem a vendedores inexperientes criarem uma loja virtual sem gastar muito. O Mercado Livre, por exemplo, cobra apenas uma comissão por venda. 

"Quando chega a um nível de stress em que uma pessoa está fazendo tudo, e ela já não dorme porque está trabalhando, é o limite: é preciso automatizar a gestão", avalia o especialista em e-commerce. 

Anne Schuartz, depois que criou o cardápio online, teve mais de 1,3 mil acessos em seu site. Oito em cada dez de pessoas que visualizaram pelo celular. Ela, que vai trabalhar até no sábado (31) véspera de Páscoa, têm planos de vender 600 ovos de chocolate este ano.