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É preciso escolher não só entre as marcas, mas entre formatos: máquina com tudo ou maquininha para usar com o celular? | Divulgação iZettle/
É preciso escolher não só entre as marcas, mas entre formatos: máquina com tudo ou maquininha para usar com o celular?| Foto: Divulgação iZettle/

As opções são muitas: com aluguel, sem aluguel, com leitor para celular ou conexão wi-fi e 3G, com taxa reduzida ou plano mensal sem cobrança extra. Com tantas alternativas de equipamentos, o que o comerciante precisa levar em conta na hora de escolher a maquininha de cartão ideal para o seu negócio? A facilidade de uso, o custo baixo de operação e tecnologia de ponta certamente são alguns dos principais atrativos. Mas não é só isso.

De acordo com Alexandre Comin, gerente da Unidade de Acesso aos Serviços Financeiros do Sebrae, primeiramente o empresário deve observar algumas especificidades no uso dos meios de pagamento eletrônico.

INFOGRÁFICO: Veja um comparativo entre maquininhas disponíveis no mercado

Ele observa que o cartão, por exemplo, sobretudo o de crédito, funciona como dois instrumentos em um só: serve como meio de pagamento e como ferramenta de crédito para o empreendedor. “Ele permite acessar antecipadamente valores que o empresário teria a receber num prazo mais longo, mas obviamente ele terá que pagar por isso. Então é preciso refletir se o que você precisa é só de um meio de recebimento ou se precisa de crédito também”, explica.

Como forma de pagamento, especialmente na função débito, o meio eletrônico é altamente recomendável, segundo Comin, primeiramente porque vende mais, pois as pessoas hoje não andam mais com dinheiro no bolso, e porque especialmente para as empresas muito pequenas é comum o empresário ter uma certa deficiência na capacidade de gestão de gastos e receitas. E o meio eletrônico, de acordo com Comin, auxilia no controle de ao menos parte das receitas e melhora a habilidade de gestão financeira.

Com a função crédito, com a antecipação de recebíveis, é preciso ficar mais atento, segundo o especialista, pois normalmente isso envolve custos mais altos. “Não vá assinando qualquer contrato, entrando em qualquer operadora sem examinar com muita atenção o quanto isso vai custar. Às vezes, para conquistar meia dúzia de clientes a mais, você acaba tendo um gasto de operação com esse instrumento que não vale a pena”, ensina. Outra dica é negociar com operadoras e bancos e checar com prestadores de serviços diferentes qual a opção mais vantajosa.

A escolha da maquininha certa também depende da atividade do empreendedor

O tipo de atividade ou negócio também é um parâmetro importante para escolher a maquininha ideal. Conforme explica Comin, as necessidades serão diferentes se os seus clientes forem consumidores finais ou outras empresas. “Se você trabalha só com pessoa jurídica, a venda por meio eletrônico não tem muita relevância, pois seus clientes possivelmente não vão usar esse tipo meio de pagamento. Agora, se você vende para pessoas físicas, que é a maioria dos casos, aí já começa a ser mais vantajoso”, afirma.

Outro ponto importante é que o meio eletrônico faz mais sentido para quem está no comércio do que no serviço. O crédito, diz o especialista, não faz muito sentido para os serviços, já que não há tanta necessidade de adiantar estoque, por exemplo. O contrário ocorre no comércio, que precisa de recebimento antecipado para repor estoque e, além disso, ter opção de parcelamento disponível para os clientes. Então, o cartão de crédito se torna uma ferramenta útil.

De acordo com o gerente do Sebrae, a modalidade “clássica”, que são as maquininhas de aluguel, geram um custo mais elevado, que para uma empresa grande não pesa, mas para uma pequena, sim. Já as maquininhas compradas, com custo baixo de operação e sem mensalidade, são uma boa opção para quem está começando.

“Essa combinação adquirir uma maquininha e usá-la na modalidade débito é recomendável como uma solução de entrada para o empreendedor pequeno e que não tem muita experiência sobre esse tipo de instrumento, mas está disposto a ampliar suas vendas. É uma maneira barata e segura de entrar nesse mundo dos meios eletrônicos de pagamento”, aconselha.

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Nesse sentido de cortar gastos, a ausência de aluguel tem impulsionado o segmento de maquininhas compradas. “Para o pequeno empresário, que às vezes tem uma imprevisibilidade de receita no mês, tirar um custo fixo é uma vantagem, ainda mais se estiver no começo do negócio ou atividade”, avalia Carlos Grieco, diretor de Marketing da SumUp, empresa alemã que está no Brasil há 4 anos e aposta justamente nos equipamentos sem aluguel.

Um conselho que ele dá para quem está à procura da maquininha ideal é observar se a sua atividade ou negócio possui funcionários ou não. “Os autônomos, por exemplo, que trabalham sozinhos, podem usar as maquininhas que precisam de celular. Mas se o comerciante tiver outros funcionários, ele pode não se sentir confortável em deixar o smartphone com outra pessoa. Então pode usar as máquinas com conexão wi-fi ou 3G”, frisa.

Outra questão a observar, segundo ele, é a transparência da operadora sobre as taxas e valores cobrados. Tudo deve ser explicado com simplicidade e clareza, para que o empresário tenha como se planejar em relação ao custo que terá com aquele serviço.

Também é importante que o micro e pequeno empreendedor se atente à tecnologia presente nas máquinas de cartão. “A inovação tecnológica tem sido um diferencial buscado pelas empresas em meio a um mercado com competição crescente e cada vez mais opções voltadas aos pequenos negócios. Vejo que é natural que os micro e pequenos empreendedores tenham dificuldade em fazer a gestão financeira do negócio, seja por menor especialização ou por terem menos recursos em comparação com as grandes empresas. Por isso é vantajoso que os pequenos negócios busquem auxílio na gestão financeira ao escolherem uma máquina de cartão”, diz Daniel Bergman, CEO da iZettle no Brasil, outra fintech do setor que vem ganhando terreno.

Meio de pagamentos é um setor em franca expansão no Brasil

O mercado de cartões de crédito e débito no Brasil movimentou no ano passado cerca de R$ 1,36 trilhão – 12,6% a mais do que em 2016. E a estimativa para este ano é ultrapassar a casa de R$ 1,5 trilhão, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O ritmo de crescimento do setor, aliás, vem se mantendo firme nos últimos dez anos.

Segundo Grieco, ainda há espaço para o crescimento do mercado de maquininhas, pois muitos empreendedores desconhecem as novas soluções. “Muita gente no Brasil ainda sofre as dores de perder vendas porque não aceita cartão”, pontua. Uma pesquisa do Sebrae revelou que, em 2016, 61% dos empresários entrevistados afirmaram não ter máquina de cartão na empresa. No caso dos MEI, apenas 28% possuíam o equipamento.

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Para Daniel Bergman, estão ganhando espaço junto aos pequenos empreendedores justamente as maquininhas que oferecem adesão sem burocracia, ausência de mensalidade, taxas competitivas e antecipação do valor das vendas com cartão.

“As empresas tradicionais no mercado têm percebido, por exemplo, que o modelo de aluguel das máquinas de cartão não é vantajoso para os micro e pequenos empreendedores e têm passado a vender as suas máquinas”, observa.

Na opinião de Alexandre Comin, as grandes empresas estão sendo puxadas para essa nova realidade criada por novos concorrentes – especialmente as máquinas compactas e sem aluguel –, tanto que já existem opções interessantes de equipamentos de grandes financiadores e credenciadoras também. “Quando os antigos e grandes imitam os novos e pequenos é porque realmente você tem uma mudança na regra do jogo”, conclui.

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