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Cadáver sintético tem versões de R$ 200 mil a R$ 700 mil | Csanmek
Cadáver sintético tem versões de R$ 200 mil a R$ 700 mil| Foto: Csanmek

Esqueça do formol na aula de anatomia. Aos poucos as faculdades de medicina substituem cadáveres humanos por opções sintéticas. Alguns simulam o corpo humano tão bem que chegam a falar e a se debater. Criada há três anos, a startup brasileira Csanmek se especializou em simuladores para a área médica, e já comercializou seus produtos para mais de 50 universidades no Brasil e na América.

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Há vantagens econômicas nos simuladores da startup. Entre insumos e técnicos de laboratório, seguro e equipamentos de segurança para os alunos, as escolas de medicina gastam até R$ 50 mil, estima Claudio Santana, fundador da Csanmek.

Há outra questão, de ordem prática e até mesmo ética. As faculdades de medicina dependem de corpos não reclamados pelos familiares para repor o estoque de material de ensino.

Os cadáveres sintéticos que a empresa vende são fabricados pela norte-americana SynDaver Labs, e custam entre R$ 250 mil e R$ 700 mil. A durabilidade do produto é de cerca de 10 anos. 

A startup deve lançar um produto nacional, no segundo semestre deste ano (2018). "Vamos continuar com a parceria com a marca americana, mas queremos desenvolver um modelo cirúrgico mais realístico, com rosto de homem, tecido, pele", explica Claudio. 

Reprodução do corpo do paciente em 30 segundos 

Plataforma digital permite  ver corpo humano em detalhescSANMEK

Em janeiro, a Csanmek fechou um contrato de R$ 500 mil com duas universidades do Peru. Em apenas três anos de funcionamento, a startup já exportou seus produtos para cinco países da América Latina, além do México e dos Estados Unidos. O diferencial da empresa é uma plataforma de simulação 3D. Uma tela que exibe, de forma tridimensional, modelos muito detalhados da anatomia humana. 

Claudio deve a ideia de desenvolver a plataforma quando trabalhou na parte de vendas de uma empresa sueca de tecnologia educacional médica. Ele notou que havia uma limitação para o público brasileiro: a falta de integração com metodologias de ensino. Depois que lançou a Csanmek, notou que havia demanda também fora do Brasil.

Cada corpo humano é único, e é isso que a plataforma busca reproduzir. A partir da leitura de uma ressonância, por exemplo, é possível recriar o corpo do paciente real que fez aquele exame na vida real, em até 30 segundos.

"Permite que você conheça o corpo do paciente antes de fazer uma operação cirúrgica, por exemplo", explica o fundador da Csanmek. O sistema pode recriar a densidade de um tumor, dos ossos, da musculatura. Diminuir o risco de erros cirúrgicos. 

Aplicação didática 

Para melhor se adequar às escolas de medicina, a plataforma da Csanmek conta com uma série de recursos pensados para o ensino. A empresa adquiriu a licença de um software de diagnóstico (algo que já existe dentro dos hospitais) e remodelou para ficar interativo, com base nas chamadas metodologias interativas. 

A ideia é que os alunos se obriguem a interagir com a plataforma (que pode se integrar a aplicativos instalados em tablets e smartphones). Para que ela não se limite a ser uma lousa digital. 

Expansão além-mar e cachorro sintético 

Empresa quer melhorar oferta de “cachorro sintético”Csanmek

A Csanmek fechou 2017 com faturamento na casa dos R$ 10 milhões. Hoje são 26 pessoas trabalhando diretamente com os produtos da empresa, entre funcionários, consultores e fornecedores. 

Para este ano, os planos são expandir. Inicialmente, a meta é fechar R$ 2,5 milhões em contratos só com as faculdades do exterior. Mas a participação da empresa em uma feira nos EUA, recentemente, criou interesse de importadores na China, Turquia, Marrocos e Egito. 

Além disso, a startup trabalha no cadáver sintético nacional e num modelo canino. Atualmente, a Csanmek vende um cadáver canino de cão, e tem a opção de medicina veterinária em seu simulador. O novo produto quer ser mais avançado do que os disponíveis no mercado, com toda a parte pulmonar, cardiíaca, de dentição; tal qual há disponível nos modelos humanos.

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