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Marco DeMello trabalhou por 10 anos na Microsoft, em São Francisco, na Califórnia, até vir para o Brasil para criar a Psafe. | Alan  Teixeira/
Marco DeMello trabalhou por 10 anos na Microsoft, em São Francisco, na Califórnia, até vir para o Brasil para criar a Psafe.| Foto: Alan Teixeira/

Seres místicos, os unicórnios são uma gíria para startups que são avaliadas acima de US$ 1 bilhão. No Brasil, são três. Mas a PSafe já está na fila. A empresa é especializada em antivírus para dispositivos Android — e foi a primeira do país a chegar à marca de R$ 1 bilhão. Essa é uma história que começa no Vale do Silício, berço de gigantes da tecnologia. 

Marco DeMello trabalhou por 10 anos na Microsoft em São Francisco, na Califórnia. Em 2011 veio para o Brasil montar a PSafe, empresa da qual ele é hoje o CEO. Naquele ano, a venda de smartphones tinha disparado. Foram nove milhões de equipamentos vendidos, o dobro do ano anterior. A plataforma Android disparou de 15% para 50% do mercado. 

É exatamente este o mercado da PSafe. Seu antivírus, o DFNDR, hoje responde por 30% do mercado de Android brasileiro. É líder no Brasil e na América Latina. E, desde o ano passado, vem crescendo também no mercado americano. 

Veio dos Estados Unidos, por exemplo, o dinheiro que tirou a PSafe do papel. Em julho de 2010, um ano antes do lançamento da empresa, Marco passou um mês no Brasil conversando com todos os fundos de capital de risco (venture capital) do país. "Voltei desta viagem para Los Angeles convencido de que não havia a menor possibilidade de nenhum fundo de investimentos do Brasil investir na Psafe. Não nos termos que eu aceitaria". 

Sem entrar em detalhes dos termos ofertados, o empresário conta que encontrou um mercado de venture capital ainda imaturo — realidade que, ele reconhece, mudou nesta última década. A exceção seria o Monasees, fundo brasileiro investidor de 99 e MadeiraMadeira, que acabou ficando de fora desta primeira rodada da PSafe. 

Os brasileiros não estavam preparados para investir em uma empresa de tecnologia moderna, com métodos ágeis e modelos escaláveis, uma startup típica, avaliou Marco. "Eu decidi na época levantar todo o meu capital dentro do Vale do Silício e levar fundos do Vale para o Brasil".

Investiram na Psafe dois dos principais fundos dos Estados Unidos, o Redpoint e a e.ventures. Depois disso, as firmas se uniram para lançar uma gestora especializada em negócios brasileiros, a Redpoint e.Ventures. 

Capitalizado, DeMello se encarregou de escalar o negócio. O mercado de smartphones Android continuou crescendo, nos anos seguintes, e a estratégia da empresa de manter o produto gratuito para o usuário final se mostrou efetiva. 

Os aplicativos da PSafe já foram baixados por mais de 100 milhões de pessoas. Atualmente, são cerca de 20 a 25 milhões de usuários ativos (80% deles no Brasil). 

Em 2016, a startup colocou em prática sua estratégia de expansão nos Estados Unidos. Investiu US$ 20 milhões num escritório no Vale do Silício e mudou o nome do antivírus PSafe Total para DFNDR que, lido com as vogais fica "defender" (defensor, em inglês). 

Os EUA já respondem por metade da receita da Psafe. "Sendo que muito menos de metade da minha base de usuários é daqui", explica Marco, que conversou com a Gazeta do Povo após contato do BayBrazil, organização de brasileiros no Vale do Silício. 

Além do dinheiro que ganha com a publicidade veiculada nos aplicativos, a PSafe já levantou R$ 86 milhões em quatro rodadas de investimento, a última em julho de 2015. Não há planos de uma quinta tão cedo. "Chega uma hora em que a empresa tem que andar com as próprias pernas, e a gente já passou para este momento. Vamos pensar em uma nova rodada se houver razão estratégica para isso", explica o CEO. 

Sobre ser o próximo unicórnio brasileiro, Marco DeMello diz achar graça. "Acredito que os animais fantásticos pertencem ao mundo da fantasia, então para mim não faz diferença. Estamos focados em expandir, crescer, dominar mercados e proteger o nosso usuário".

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