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Fundadora e CEO da startup moObie, Tamy Lin acredita que a discussão sobre o compartilhamento de bens, em especial, de veículos, está mais madura  no Brasil. | Divulgação/moObie
Fundadora e CEO da startup moObie, Tamy Lin acredita que a discussão sobre o compartilhamento de bens, em especial, de veículos, está mais madura no Brasil.| Foto: Divulgação/moObie

Depois do fechamento da Fleety e da Pegcar, Curitiba ganhou uma nova plataforma de compartilhamento de veículos. A startup paulista moObie começou a operar na capital e está com inscrições abertas para motoristas interessados em alugar seus veículos para terceiros. 

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Com pouco mais de um ano de vida e mais de 80 mil usuários cadastrados em mais de 60 cidades de São Paulo, a moObie escolheu Curitiba para dar sequência ao seu plano de expansão no país, entre outros fatores, pelo histórico de mobilidade da capital paranaense, afirma a fundadora e CEO da startup, Tamy Lin. Até o fim deste ano, a ideia é dobrar o tamanho da equipe, formada hoje por 15 profissionais com foco em tecnologia, relacionamento e experiência do consumidor.

Recém-chegada e sem ter investido um real em marketing para divulgar o serviço em Curitiba até agora, a plataforma ainda não tem veículos cadastrados aqui, mas espera formar uma base com boa capilaridade dentro de dois meses. O principal argumento, segundo Tamy, é para que as pessoas olhem para os seus veículos como uma forma de obter uma renda extra. No estado de São Paulo, são quatro mil veículos cadastrados.  

Pessoa para Pessoa (P2P)

O serviço funciona de forma semelhante ao Airbnb, de compartilhamento de imóveis, permitindo que usuários aluguem seus veículos para terceiros. Tudo é feito por meio do aplicativo da moObie, tanto p ara quem oferta quanto para quem procura um veículo. O condutor que precisa de um carro cadastra o cartão de crédito e a CNH na plataforma, que é avaliada pelo time da moObie quanto à validade. Todos os veículos também passam por avaliação para saber se estão segurados e regularizados.

A plataforma permite carros de todas as marcas e modelos com, no máximo, dez anos de uso e menos de 100 mil km rodados. O portfólio de veículos cadastrados no estado de São Paulo, por exemplo, é vasto, com opções que variam de R$ 90 a R$ 410 a diária. A maior preferência, conta Tamy, é por veículos 1.4 e 1.6.

A maior parte das locações ocorre nos fins de semana, para viagens. Além do valor da diária do veículo, o usuário locador paga um valor de R$ 35 reais do seguro obrigatório e taxas operacionais, enquanto o locatário desembolsa 20% do valor da diária do veículo. O proprietário tem autonomia para aceitar a reserva e fazer o preço, mas é importante que seja um valor mais competitivo que as locadoras convencionais, diz Tamy.

O carro deve ser devolvido nas mesmas condições em que foi entregue, limpo e abastecido. O número da habilitação do usuário fica registrado e o carro está segurado durante todo período de locação. Por exemplo, se houver acidente com sinistro, a seguradora da moObie é a responsável e não a do proprietário. E se houver infração, os pontos vão para o usuário, e não para o dono do carro.

Startups antecessoras da Moobie fecharam as portas

A moObie chega a Curitiba com um desafio de peso: consolidar o de compartilhamento de carros e crescer. A startup é a terceira a operar no mercado de car-sharing na capital. Antes dela vieram Fleety e Pegcar, e ambas fecharam as portas. O insucesso das antecessoras da moObie, contudo, não tem relação com o mercado de Curitiba. De forma geral, o modelo de compartilhamento de veículos não decolou em todo o país porque não havia demanda, tanto de público quanto de locadores. 

Em operação desde setembro de 2014, a curitibana Fleety encerrou suas atividades no início de 2017 por falta de dinheiro no caixa, antes do chamado tempo de maturação do negócio. Sem novos aportes financeiros, ficou inviável manter-se no mercado apenas os 20% cobrados sobre cada locação. Quando fechou, a Fleety atuava em Curitiba, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.

Em janeiro deste ano, cerca de um ano depois do fechamento da Fleety, foi a vez da paulista Pegcar encerrar o negócio, também por dificuldades em trazer novos investimentos para a operação. Pioneira neste segmento no país, com presença em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, a startup ajudou na criação de um seguro especial para o car-sharing que é usado até hoje por outros players, mas não resistiu à falta de dinheiro e demanda. Da chegada da Pegcar em Curitiba ao fechamento da startup. foi exatamente um ano.

No timing certo

O fato de outras startups que atuavam no segmento não terem sobrevivido ao vale da morte não assusta a moObie. “Nossas referências sempre foram empresas de car-sharing que atuam globalmente. Acho que tem muito a ver com o timing do negócio e como cada um executa o serviço. Hoje essa discussão sobre a posse e o compartilhamento de bens esta mais madura. Ainda há um desafio cultural muito grande, mas estamos num momento muito propício”, acredita Tamy.

Além disso, Tamy garante que a moObie tem investidores comprometidos com o negócio desde o início do negócio. Com esse suporte financeiro que as outras empresas não tinham é que a moObie espera abocanhar uma fatia do mercado de compartilhamento de veículos no Brasil. Até 2025, deverão ser movimentados mais de US$ 335 bilhões em negócios relacionados ao mercado mundial de compartilhamento, segundo um levantamento recente da consultoria PwC. 

“Pessoas de todo o mundo estão cada vez mais compartilhando seus bens [...] Vejo no Brasil um grande potencial para fazer parte cada vez mais dessa inclusão de uma geração inteira que terá no compartilhamento um modo de estar no mundo”, diz Tamy.

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