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Brian Begnoche, sócio fundador da Eqseed, fintech que ganha dinheiro fazendo outras startups ganharem também. | DivulgaçãoEqseed
Brian Begnoche, sócio fundador da Eqseed, fintech que ganha dinheiro fazendo outras startups ganharem também.| Foto: DivulgaçãoEqseed

A fintech brasileira a Eqseed achou um jeito de ganhar dinheiro fazendo com que outras startups ganhem dinheiro. A plataforma conecta investidores e startups. No ano passado, foram quatro, que totalizaram R$ 1,1 milhão. Três novas rodadas já estão abertas, entre elas a da startup paranaense Contraktor, plataforma de gestão de contratos em geral que está oferecendo 15% de participação por R$ 450 mil em investimentos.

À primeira vista, a Eqseed parece uma plataforma de financiamento coletivo. Diferentes pessoas injetam dinheiro em um projeto até ele atingir uma meta. Mas não tem aquele papo fofinho de "ai, a gente vai ficar tão feliz <3 se você ajudar".

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A pegada aqui é business. A ideia é investir na startup ainda pequena e ver seu dinheiro se multiplicar, lá na frente, quando a empresa valer uns bons milhões.

Mas claro que isso é só uma aposta. O investimento mediado pela Eqseed é considerado de "alto risco" pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula os investimentos.

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Pela regra da comissão, a captação nesse estilo coletivo (chamada equity crowdfunding) é restrita a empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano. Cada companhia pode obter até R$ 2,4 milhões.

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Mas a Eqseed ainda está longe desses valores. As empresas investidas por lá receberam entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. O economista Brian Begnoche, sócio da plataforma, explica que a ideia foi começar com parcimônia. Mas que a tendência é crescer:

A gente começou em 2016, então com certeza nessas rodadas é melhor começar menor, para testar o modelo e tudo. Mss a tendência é crescer. Já há rodadas abertas com valores maiores, e deve subir, porque há demanda por parte das empresas. Quando elas saem do processo de aceleração, precisam de R$ 300, R$ 400 mil. É difícil achar um anjo

História

Greg Kelly conheceu o equity crowdfunding na Inglaterra, quando trabalhava com investimentos, no Lloyd Bank. Era o início dos anos 2010, e a modalidade dava seus primeiros passos.

Logo depois, ele se mudou para o Brasil (sua esposa é natural daqui). Foi no Rio de Janeiro que conheceu o economista norte-americano Brian Begnoche, que tinha experiência na área comercial. Os dois passaram quase dois anos estudando viabilidade e estruturando o modelo de negócio.

A empresa saiu, mesmo, do papel, em 2016. Hoje conta com uma equipe de 10 pessoas, e já avaliou mais de 800 startups candidatas a receber financiamento. A Eqseed não divulga dados de faturamento.

O diferencial

Para as startups, a grande vantagem do equity crowdfounding é a possibilidade de receber um investimento superior ao que seria disponibilizado por um investidor anjo. Além da segurança de estar em um processo mediado pelas regras do CVM.

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Para os investidores, é a segurança. O público da Eqseed é de profissionais já experientes, executivos acostumados a olharem para negócios. Dispostos a diversificar seus investimentos, mas que não têm muito tempo para mergulhar de cabeça no complicado mundo das startups.

Ao pinçar algumas poucas empresas do oceano de startups, a Eqseed faz um pouco o papel de consultoria. Este trabalho é sem custos, em um primeiro momento.

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Além disso, a empresa elabora todas as regras do investimento. Se a startup falir, por exemplo, o investidor não precisa arcar com as dívidas, já que seu dinheiro não se converte em sociedade, em um primeiro momento.

De onde vem o lucro

A Eqseed recebe uma porcentagem do valor investido. O dinheiro é pago pela startup, depois que a rodada é finalizada.

Os investidores não pagam nada para entrar na plataforma. Com o tempo, se a startup conseguir se converter em empresa anônima, quem entrou com o dinheiro vira acionista. Ao vender sua parte na empresa, ele destina 10% do lucro à Eqseed. Caso a venda dê prejuízo, não é preciso remunerar a plataforma.

Quem passou por lá

Entre as empresas que passaram pela Eqseed no ano passado está a Kokar, que trabalha com automação residencial. A empresa oferece uma solução sem fio e de baixo custo para quem quer controlar as luzes ou o ar-condicionado do imóvel, por exemplo, por um aplicativo de celular. Receberam R$ 300 mil pelo Eqseed.

Curiosamente, quando a rodada ainda estava aberta, um executivo da automação residencial viu a oferta, conta Brian. Além disso, ele morava na mesma cidade. Ele duvidou do produto da startup, inicialmente, e foi conhecer presencialmente. Acabou investimento na startup pela Eqseed, e também estabelecendo outros vínculos comerciais com os novos concorrentes. 

Além da Kokar, receberam aporte pela plataforma a Me Passa Aí, que oferece aulas on-line para estudantes universitários; a Invoop, marketplace para compra e venda de pequenas empresa; e a Prosumir, que fabrica uma turbina que permite o reaproveitamento de parte da energia desperdiçada na produção industrial. Esta última também recebeu R$ 300 mil. As demais, R$ 250 mil.

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