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O que muda na poupança com a queda da Selic. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. | Marcelo Andrade
Gazeta do Povo
O que muda na poupança com a queda da Selic. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.| Foto: Marcelo Andrade Gazeta do Povo

A expectativa do mercado se confirmou e o Comitê de Política Monetária Nacional, o Copom, órgão do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (6) pela redução de um ponto percentual na taxa básica de juros. Com isso, a Selic ficará em 8,25% ao ano — e isso é ótimo para os brasileiros, mas exige cuidado com o que está depositado na boa e velha poupança.

INFOGRÁFICO: entenda o que muda na poupança com a nova taxa básica de juros

A taxa Selic vem sendo reduzida desde outubro do ano passado, quando passou de 14,25% para 14% ao ano. Em novembro, houve mais um corte de 0,25 ponto percentual, seguido por reduções de 0,75 ponto percentual em janeiro e em fevereiro. Em abril, o Copom acelerou o ritmo de cortes para 1 ponto percentual. Assim, nas duas últimas reuniões de maio e julho, a Selic também caiu 1 ponto percentual. 

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. 

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Para o mercado financeiro, a inflação está sob controle, abaixo do centro da meta de 4,5%, o que permite a continuidade dos cortes na Selic. A previsão do mercado para a inflação oficial, o IPCA, é de 3,38% neste ano e 4,18%, em 2018. Assim, apostam os analistas, a Selic deve acabar este ano, no mínimo, abaixo dos 8% ao ano. Essa trajetória, porém, mexerá no rendimento da poupança.

Desde 2012, ano em que a Selic chegou a 7,25% ao ano, o governo federal mudou a política de remuneração da poupança para evitar a fuga de recursos dos fundos de investimento em cenários de juros baixos. 

É que com a Selic nesse patamar mais baixo, a poupança, que já é isenta de imposto de renda, tem um rendimento maior que boa parte desses fundos, que, na prática, são os grandes financiadores da dívida pública brasileira, já que têm em seu portfólio títulos do Tesouro.

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Por lei, portanto, sempre que a Selic ficar abaixo dos 8,5% ao ano a remuneração da poupança cairá e passará a ser de 70% da taxa básica de juros mais TR (taxa referencial). Normalmente, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês (6,17% ao ano), mais TR.

A mudança só não vale para depósitos feitos antes de maio de 2012, quando a nova regra passou a valer. Para esses depósitos, o rendimento continua sendo de 6,17% ao ano mais TR.

Todos os bancos, inclusive, são obrigados a mostrar, no extrato da poupança, essa divisão entre o “dinheiro velho” e o “dinheiro novo”.

Aplicação ainda fica atraente perto de alguns fundos

De acordo com o diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, a baixa inflação e o fato de a poupança ser isenta de Imposto de Renda e de taxa de administração farão a poupança continuar atraente em comparação com fundos compostos, em sua maioria, de títulos públicos. “Apenas nos casos em que a taxa de administração for inferior a 1%, os fundos serão mais atrativos”, calcula Oliveira.

É importante lembrar que, além da taxa de administração, os fundos cobram imposto de renda de 15% a 22,5% dependendo do prazo de aplicação, sobre o resgate do investimento. Já a poupança, com a Selic acima ou abaixo dos 8,5% ao ano, é isenta do tributo.

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