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Interior da Sample Central: há limite de produtos por cliente e as marcas são menos badaladas, mas o preço é irresistível | Divulgação
Interior da Sample Central: há limite de produtos por cliente e as marcas são menos badaladas, mas o preço é irresistível| Foto: Divulgação

De hora em hora uma pequena fila se forma na altura do número 2.078 da Rua Augusta, em São Paulo. Quem passa pode se perguntar: alguém está distribuindo alguma coisa? De certa forma, está. A fila é formada por pessoas que marcaram hora para fazer "compras" sem dinheiro ou cartão de crédito. Elas vão "pagar" mais tarde. Tudo assim, entre aspas mesmo – na Sample Central a moeda é a opinião.

A proposta da loja, e de outras das chamadas "lojas grátis" que estão chegando ao Brasil, se baseia no conceito de tryvertising, um neologismo que junta as palavras inglesas para "experimentar" e "propaganda": as empresas cedem amostras de seus produtos, na maioria em fase de teste, o consumidor leva para casa sem pagar e, em troca, dá opiniões sobre elas.

Parece divertido? E é. Levar sem pagar, em tese, é algo que agrada a qualquer mortal. Por isso, a primeira impressão de quem entra na loja é de encher os olhos: prateleiras nos quatro cantos, duas geladeiras e alguns expositores no centro, cercados de curiosos.

Quem chega recebe seu cartão de sócio, uma sacola colorida e as instruções de quantos produtos pode levar para casa: uma combinação de até cinco itens, cuja quantidade máxima varia de acordo com a categoria (que é determinada por uma cor). Os itens com etiqueta amarela são os mais simples – como sucos solúveis e barras de cereal, por exemplo –, e por isso você pode optar por pegar todos os cinco produtos dentro dessa categoria. As "estrelas" do período têm etiquetas verdes e são limitadas a um item por visitante.

Mas não se imagine entrando em um enorme supermercado lotado de opções. A lógica das "compras" nessas lojas é diferente da tradicional. Você não compra aquilo que quer ou de que precisa, mas o que agradar mais entre as opções disponíveis. E então é possível que você deseje prateleiras um pouco mais cheias.

Produtos

O mix de produtos varia de tempos em tempos, mas a grande maioria é de alimentos: achocolatados, sopas, massas, bebidas de tipos variados e alguns congelados. A prateleira de cosméticos é um pouco mais modesta e não ostenta marcas lá muito famosas de cremes, xampus, esmaltes e alguns itens de maquiagem. No cantinho, do lado da geladeira, a "estrela" da vez: um barril de cerveja Heineken com cinco litros. No supermercado ele não custa menos de R$ 50. Na Sample Central, basta responder a dez perguntas sobre o produto. Por isso, na fila do "caixa" cada sacola colorida tinha um. De graça, quem se importa em subir a ladeira da Augusta carregando peso?

Em um canto da loja há um espaço para degustação de produtos, cujas pesquisas precisam ser respondidas na hora – no dia em que a reportagem esteve na loja, era possível experimentar um curioso picolé de algodão doce de cor azul meio esquisita. Para os demais produtos, o prazo para respostas é de quinze dias. Depois de usá-lo, basta entrar no site e responder à pesquisa com cerca de dez perguntas. A visita à loja pode ser diária, desde que você consiga um horário. Mas a disputa tem sido grande – na Sample Central, são 35 mil questionários por quinzena.

Para participar, é preciso se cadastrar e pagar uma taxa. Na Sample Central o valor é de R$ 15; no Clube Amostra Grátis, R$ 50 por ano. Se você der sorte, é possível que "pague" a anuidade com uma visita. Basta ter disposição para conhecer o novo. As duas redes já anunciaram que em breve devem abrir unidades em Curitiba, mas não há datas confirmadas.

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