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A maior produtora de aços longos das Américas, Gerdau, terminou o segundo trimestre com um resultado praticamente em linha com o esperado pela média do mercado, encerrando uma temporada de resultados das produtoras de aço brasileiras marcada por desempenho siderúrgico fraco.

A companhia apurou lucro líquido de 503 milhões de reais nos três meses encerrados em junho, queda de 41 por cento sobre o resultado obtido um ano antes, ante expectativa média de oito analistas apurada pela Reuters de 534,2 milhões de reais.

A empresa sofreu impacto de custo de vendas 17 por cento maior no comparativo anual e 6 por cento acima do primeiro trimestre, resultado de aumento nos volumes e também de preços de matérias-primas.

Os preços do minério de ferro saltaram 24 por cento de abril a junho, para 170 dólares a tonelada, enquanto o carvão coque avançou 47 por cento, para 330 dólares a tonelada.

O resultado veio depois que Usiminas e CSN divulgaram nesta semana números de produção de aço ainda influenciados por um cenário adverso de fraqueza do dólar, excesso de capacidade produtiva no mundo e custos elevados com matéria-prima que deixaram claro a importância de investimentos em mineração e foco maior no mercado interno de aço.

A Gerdau mantém planos de investimento de 10,8 bilhões de reais entre 2011 e 2015 e informou nesta quinta-feira que vai ampliar em 183 milhões de reais o investimento no estado de São Paulo. Os recursos extras, que ampliam investimento de 718 milhões anunciado em maio, serão destinados a usinas de aços especiais para o setor automotivo de Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes.

Além disso, a companhia também informou que contratou empresa para aprofundar estudos de monetização de seus ativos de minério de ferro em Minas Gerais. O objetivo é "aprofundar os estudos sobre alternativas para a comercialização desses ativos de forma eficiente", afirma a Gerdau no balanço.

As rivais Usiminas e CSN criaram unidades especiais de mineração para aproveitarem o boom da demanda por minério de ferro no mundo e se protegerem do salto nos preços da commodity.

No plano internacional, a Gerdau também afirma que retomou estudos para novo investimento no Chile. A ideia é aumentar a capacidade instalada da usina de Colina com mais 280 mil toneladas de aço e 425 mil toneladas de laminados. Com isso, a capacidade instalada da empresa no Chile poderá atingir 800 mil toneladas de aço e 900 mil toneladas de laminados por ano.

Resultado em linha

A Gerdau teve uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 1,309 bilhão de reais no segundo trimestre, com a margem caindo de 21 para 15 por cento. Em relação ao mesmo intervalo do último ano, o Ebitda cedeu 24 por cento. A expectativa média do mercado era de um Ebitda de 1,297 bilhão de reais, com margem de 14,6 por cento.

A empresa, que possui operações produtivas em 14 países, incluindo Estados Unidos e na Europa, regiões que estão no centro das preocupações de investidores que acompanham a saúde financeira mundial, produziu 5,123 milhões de toneladas de aço bruto no trimestre passado, alta de 9 por cento na comparação anual e de 8 por cento sobre os três primeiros meses de 2011.

Em vendas em volume, houve crescimento de 12 por cento, para 4,897 milhões de toneladas, resultando em uma receita líquida de 9,010 bilhões de reais, ante 8,296 bilhões um ano antes e 8,364 bilhões nos três primeiros meses deste ano, quando a empresa foi afetada por descontos de preços aplicados no final do ano passado.

A dívida líquida ao final de junho somava 7,787 bilhões de reais, queda de 37,5 por cento sobre o final de 2010, enquanto o caixa ficou em 4,121 bilhões, salto sobre os 2,204 bilhões de reais de dezembro passado.

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