A Companhia Providência, maior fabricante de não tecidos no Brasil, registrou uma queda de 52% no lucro líquido no segundo trimestre, para R$ 7,2 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. Parte do resultado se deveu à alta do polipropileno, principal matéria-prima do não tecido, que vem subindo nos últimos meses e acumula um aumento da ordem de 35% no ano.
Segundo o diretor financeiro da empresa, Eduardo Feldmann, a empresa vem conseguindo fazer repasses de preços em meio à demanda aquecida, o que ajudou a melhorar o cenário em relação ao primeiro trimestre. "Nessa comparação, nosso lucro subiu 58%. A partir de junho os preços do polipropileno tendem a se estabilizar e teremos um terceiro trimestre de resultados mais fortes" afirma. No acumulado de janeiro a junho, o lucro líquido da empresa foi de R$ 12 milhões, 60% menor do que no mesmo período de 2009.
Apesar da alta dos preços, o mercado está aquecido e a Providência funciona hoje com 100% de capacidade nas suas fábricas, localizadas em São José dos Pinhais, na região de Curitiba, e em Pouso Alegre (MG). O não tecido é usado na fabricação de fraldas, absorventes e roupas médicas, dentre outros. Influenciada pelo aumento de 22% nas vendas, que totalizaram 20 mil toneladas, a empresa registrou um aumento de 23% na receita líquida, que atingiu R$ 116,3 milhões no segundo trimestre.
Em função da forte demanda, inclusive de exportações (que representam 50% das vendas), a Providência se prepara para abrir uma fábrica nos Estados Unidos. O projeto, orçado em US$ 80 milhões, vai ampliar em 25% a capacidade de produção da companhia, hoje em 80 mil toneladas por ano de não tecidos.