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B3. Bolsa de Valores. Ações.
Empresas da Bolsa tiveram bons resultados no terceiro trimestre, com forte alta no lucro e no faturamento. Mas as ações caíram.| Foto: Divulgação/B3

O lucro líquido das empresas de capital aberto listadas na B3, a Bolsa brasileira, cresceu 140% no terceiro trimestre de 2021, em relação a igual período de 2020, atingindo R$ 49,8 bilhões. Nessa mesma comparação, a receita líquida aumentou 33,2%, para R$ 657,1 bilhões.

Os números são de levantamento da plataforma Economatica e abrangem 258 empresas não financeiras que entregaram seus demonstrativos financeiros até 18h de 16 de novembro. Os dados não incluem Petrobras e Vale.

O bom desempenho registrados nos balanços, porém, não se refletiu nos preços das ações das companhias. O Ibovespa, principal termômetro dos negócios na B3, recuou no mesmo trimestre – e ainda exibe forte baixa no acumulado do ano.

Segundo Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica, o que explica o bom desempenho do lucro das empresas é o forte crescimento das receitas, que vieram com o reaquecimento da economia no trimestre. Dos 23 segmentos pesquisados, apenas o de telecomunicações não teve crescimento na receita. E três tiveram prejuízo: educação, telecomunicações e transportes e serviços.

O lucro antes das despesas financeiras, também conhecido como Ebit, foi de R$ 101,3 bilhões no terceiro trimestre, 77,3% mais do que no mesmo período de 2020 e 117,3% superior ao verificado em igual intervalo de 2019.

As empresas também estão mais rentáveis. O arrefecimento da pandemia, a redução das restrições à mobilidade e o avanço da vacinação contribuíram para essa melhor performance. No período de 12 meses até setembro, a rentabilidade foi de 10,16% do patrimônio líquido, contra 0,88% em igual período anterior.

A dívida bruta das empresas não financeiras no 3.º trimestre de 2021 aumentou 7,2% em relação a igual período de 2020. A alta é inferior à da inflação nesses 12 meses, que ultrapassou os 10%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar dos balanços positivos, a B3 caiu

Mas, mesmo com as empresas apresentando bom desempenho no terceiro trimestre, os preços as ações não corresponderam. No período, o Ibovespa teve queda de 12,5% em reais e de 19,7% em dólares. Do início do ano até a última quinta-feira (19), o Ibovespa recuou quase 14%.

“O macro segue desafiador, mas a história micro continua sólida”, apontam os estrategistas Fernando Ferreira e Jennie Li, da XP Investimentos.

Segundo a corretora, os ativos brasileiros foram pressionados por questões locais e externas. No Brasil, há incertezas quanto à trajetória fiscal e a manutenção (ou não) do teto de gastos, pressões inflacionárias levando a taxas de juros mais altas, preocupações com uma crise hídrica, projeções menores para o crescimento em 2022 e o aumento de tensões políticas.

No cenário externo, contribuem para um cenário mais instável a retirada de estímulos monetários por parte do Fed (o banco central americano), preocupações que uma crise imobiliária possa tornar mais aguda a desaceleração chinesa e também a crise energética na China e na Europa.

Os primeiros impactos sobre as empresas começam a ser sentidos. Com a piora no cenário macroeconômico e a queda nos preços de algumas commodities, como o minério de ferro, as projeções de lucros para 12 meses, 2022 e 2023 começaram a ter uma queda marginal.

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