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Atualizado em 26/04/2006 às 19h42

Houve avanços nas discussões dos presidentes do Brasil, Argentina e Venezuela sobre a construção de um novo gasoduto que transportará gás da Venezuela, cruzando o Brasil, passando pelo Uruguai, até chegar à Argentina. Essa foi a conclusão de três horas de reunião na manhã desta quarta-feira, no Hotel Sofitel, em São Paulo, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner e Hugo Chávez. Os três presidentes decidiram pela continuidade do projeto dos estudos para a implantação do novo gasoduto.

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, foram ouvidas as explicações dos ministros de Energia dos três países e houve um grande entusiasmo dos três presidentes em relação do projeto.

- Ficou claro que há suficiência de gás na Venezuela para cobrir as necessidades do combustível na América do Sul de maneira progressiva e de maneira que o projeto possa inclusive ser autofinanciado - disse Amorim ao final da reunião.

Segundo Amorim, ficou acertado um novo prazo para que o estudo técnico do projeto seja viabilizado. Em vez de julho, a nova data agora é agosto. Amorim anunciou ainda que com a conclusão dessa etapa dos estudos, Brasil, Venezuela e Argentina podem convocar outros países da América do Sul a se incorporarem às discussões, como a Bolívia, que é grande produtora de gás e já tem um gasoduto que liga aquele país ao Brasil.

- Naturalmente o projeto envolverá outros países. Esta é uma discussão que tem que se estender a outros países e ser aberta de forma a incorporar outros países nas discussões em momentos mais adequados - disse Amorim, que citou nominalmente a Bolívia.

Ficou acertada também a convocação de uma reunião no Brasil, em setembro, com todos os países da América do Sul. Sobre o volume de gás disponível e os valores do investimento para a concretização do projeto, o ministro disse que são detalhes ainda sob análise.

O novo gasoduto poderia distribuir aproximadamente 150 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Só para se ter uma idéia do volume, hoje o gasoduto da Bolívia abastece o Brasil com aproximadamente 27 milhões de metros cúbicos por dia.

Os altos preços do petróleo no mundo também favorecem a discussão do novo gasoduto. Na lista dos problemas a serem discutidos, o destaque é a questão ambiental, já que o novo gasoduto deve ter 4 mil quilômetros de extensão e cruzar inclusive a Amazônia.

Depois da reunião, Lula vai retornar a Brasília e os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, também estão retornando aos seus países.

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