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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (23), após almoço com o rei da Jordânia, Adbullah II, que o governo não vai ajudar empresas que especularam no mercado financeiro. Segundo ele, "quem errou pagará pelo seu erro".

"Nós não estamos dando dinheiro para qualquer empresa, para qualquer banco. Não vamos dar dinheiro. É importante saber que quem errou pagará pelo seu erro. O que o governo pode fazer em algum momento é comprar ações e à medida que a empresa se recupere vender as ações de volta. Nós não vamos dar dinheiro, porque não vamos favorecer empresa que fez especulação", disse Lula.

Lula disse que não sabe quantas companhias terão participação acionária comprada pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. "Eu não sei quantas empresas [serão]", afirmou.

Ele disse que espera uma melhora no mercado financeiro depois que as medidas anunciadas na Europa e nos Estados Unidos começarem a ser aplicadas e regulamentadas. "E nós esperamos que, à medida que as decisões tomadas na Europa, nos Estados Unidos e na Inglaterra entrem em vigor e sejam regulamentadas, haverá um rebaixamento de tensões e especulações psicológicas -e eu diria até de pânico- que vão se criando com uma quantidade enorme de notícias sobre a crise", afirmou.

Otimismo

O presidente disse ainda que, se o país souber enfrentar a crise, poderá inclusive sair melhor preparado para continuar a crescer.

"Se nós tivermos o cuidado no tratamento dessa crise, o Brasil também estará mais preparado para dar um salto de qualidade, porque isso vai ser levado em conta na hora que a economia recuperar sua solidez. Daí porque eu estou tratando isso com uma certa tranqüilidade e com a preocupação normal de quem vê o mundo inteiro nervoso", argumentou.

Irritação

Lula disse que se irrita com as notícias de que o risco Brasil aumenta.

"Estou convencido de que parte dessa crise financeira os ricos têm que resolver. Eu confesso a vocês que fico irritado quando eu vejo a notícia no jornal que o risco Brasil cresceu, quando na verdade tinham que crescer era o risco da Inglaterra, da Alemanha, dos Estados Unidos, onde o sistema financeiro quebrou. Foi lá que teve o problema. Ora, como é que o risco Brasil aumenta e nos países que são o cerne da crise ninguém publica que o risco subiu?", disse.

Crédito

O presidente voltou a dizer que os bancos não têm motivos para reter os depósitos compulsórios liberados pelo Banco Central e que determinou ao presidente do BC, Henrique Meirelles, que fale com as instituições financeiras.

"O presidente do Banco Central já tem orientação de chamar os bancos que têm responsabilidade com o crédito e conversar com eles, porque não há nenhuma razão para que parem abruptamente alguma política de financiamento. Nenhuma. Da parte do governo, estamos liberando compulsórios para facilitar a vida dos bancos para fazer os empréstimos necessários. E acho que as empresas do comércio varejista têm que continuar vendendo, porque eu aprendi, mais uma vez falando de futebol, que a melhor defesa é o ataque", afirmou.

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