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Visivelmente preocupado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a crise financeira internacional "é mais grave" do que se imaginava seis meses atrás e que teme pela falta de crédito para investimentos em projetos de desenvolvimento no Brasil. "Como não há segurança, ninguém quer liberar seus dólares", disse. Ele admitiu até se transformar em uma espécie de propagandista dos projetos brasileiros, saindo mundo afora e tentando convencer governos e investidores internacionais a "emprestar dinheiro para que não tenhamos que interromper obras".

Lula aproveitou para criticar mais uma vez a demora dos países ricos em tomar providências para conter a crise financeira. Ele lembrou que na reunião do G8, no Japão, em julho, dissera ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (Bird) que "estava na hora de eles se manifestarem porque, quando é um país pequeno que tem uma crise, todos eles dão palpite, mas quando é a maior economia do mundo que entra em colapso, a gente não vê nenhum palpite". O presidente pediu que "os Bancos Centrais comecem a tomar medidas para regular e controlar o sistema financeiro internacional, para que a especulação e a jogatina não sejam prioridade de determinados setores financeiros no mundo".

O presidente, que faz hoje o discurso de abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas, elogiou o fundo de US$ 700 bilhões criado pelos Estados Unidos, mas disse que, se a medida tivesse sido tomada há mais tempo, a situação "não teria tomado a proporção que tomou".

Em tom de alívio, acrescentou: "Até agora, com a graça de Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico", disse, querendo dizer que a crise não desceu para o sul do Atlântico. A ordem aos ministros, afirmou, é não deixar "que as coisas no Brasil dêem uma guinada para trás". Ele reiterou que vai aproveitar seu discurso na ONU para falar sobre a crise econômica. "Vou falar um pouco da crise no discurso, sem criar crise", brincou. "Não tem como ir à sede da ONU fazer um discurso e não falar um pouco da situação mundial."

Turismo

As avaliações do presidente foram feitas ao fim de uma solenidade de lançamento do projeto "Brasil Sensacional", um investimento em marketing e propaganda para atrair mais turistas dos EUA para o país. Em discurso, Lula informou que anualmente 60 milhões de turistas norte-americanos viajam pelo mundo. Desses, apenas 700 mil vão ao Brasil. O grupo mais numeroso a excursionar pelo país é o de argentinos, que chega a 1 milhão por ano.

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