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| Foto: SIMAO LEAL/Divulgação

Apesar da desaceleração da economia, a rede de restaurantes Madero manteve os planos de expansão em 2016, quando foram abertas 21 lojas. Com 84 unidades, a empresa chegou a um faturamento de R$ 446 milhões no ano passado, um crescimento de 33% em relação ao ano anterior. Para 2017, a meta é dobrar o ritmo de expansão, com a abertura de 40 novas unidades (16 restaurantes comuns e 24 em contêineres), e bater uma meta de faturamento de R$ 740 milhões.

Nova marca volta produção para geração Y

A novidade mais recente da Rede Madero é uma nova marca de restaurantes. Ela é voltada para a geração millenium ou Y, conhecida por estar sempre conectada e usar critérios de escolha como praticidade, relevância e propósito. A nova operação vai focar em sanduíches no estilo smash burgers, feitos na chapa, com uma casca crocante e suculentos por dentro.

A novidade difere do Madero em vários sentidos. Ela foca no mercado fast causal, conhecidos nos EUA. São restaurantes em que o cliente tem mais autonomia na hora de consumir. No caso da nova marca, o público que chega no espaço usará um aplicativo para controlar as operações. “Você coloca o seu nome, número de cadastro e aí gerencia seus pedidos, lista de espera, cartão fidelidade, até o pagamento. Isso tem muita tecnologia agregada, o que agrada esse público”, explica Durski.

Essa tendência foi percebida pelo chef em uma de suas visitas aos EUA. Ele comenta que, naquele país, são mais de 20 redes desse segmento com mais de 100 unidades. “No Brasil esse número não passa de três, tem espaço para mais operações. O primeiro restaurante da marca será inaugurado em junho em um shopping em Curitiba.

O plano de negócios do Madero inclui o lançamento de uma nova marca e a atração de um sócio-investidor que dê suporte para a empresa quitar dívidas de R$ 140 milhões – a companhia emitiu debêntures para custar o crescimento e agora precisa resgatá-los – e bancar parte dos investimentos necessários para a expansão. “Até o final de março vamos ter o acordo assinado e o dinheiro no caixa. A entrada no fundo é de R$ 250 milhões, com participação entre 15 e 20%”, explica Junior Durski, chef e presidente Rede Madero.

O crescimento da rede está focado na expansão dentro do Brasil, com novas unidades. Apenas alguns restaurantes vão receber melhorias. É o caso do Madero do Shopping Palladium, em Curitiba, que já tem oito anos. “Vamos fazer melhorias desde o layout da cozinha, equipamentos, até o salão onde os clientes consomem”, conta Durski.

Por enquanto, o projeto de internacionalização da marca ficará em segundo plano. Segundo Durski, a experiência do primeiro restaurante em Miami, inaugurado no fim de 2015, servirá para 2018, quando pretende abrir mais seis unidades na Flórida.

Modelo de negócios

O desaquecimento da economia não levou a rede a mudar seu modelo de negócios. Durski defende que investiu para aumentar a qualidade do produto e o tamanho das porções para melhorar o custo-benefício dos clientes. “Se a pessoa tem R$ 50 no bolso, quando ela sair, tem que acertar na escolha. Esse gasto tem que valer a pena. Nós valorizamos o dinheiro que o cliente tem”, diz.

Como a empresa se preparou financeiramente com a emissão de debêntures, no ano passado ainda teve fôlego para continuar sua expansão enquanto muitos desaceleravam a produção. A crise trouxe duas vantagens para a rede. Primeiro, a facilidade de negociação com shopping centers, que buscaram players que gerassem mais fluxo, como cinemas e restaurantes. Outro ponto foi a oferta de trabalhadores qualificados. A empresa aproveitou para preencher vários cargos, dos níveis de base até a gerência.

Ao passar a ser tratado como âncora em shoppings, o Madero cortou custos e aumentou a visibilidade. O aluguel nesses empreendimentos, por exemplo, custa de 2% a 3% dos ativos do restaurante, enquanto a maioria das lojas gira em torno de 6%.

Estrutura verticalizada garante qualidade

No Madero, todos os processos passam pela vista meticulosa do empresário Junior Durski, chef e presidente da rede. A fábrica da empresa, em Ponta Grossa, oferece todos os produtos, da carne até as sobremesas. Assim, Durski, diz que tem a certeza de que tudo que sai dali chega ao seu destino com a garantia máxima de qualidade. “Eu garanto que os hambúrgueres vão ter apenas 15% de gordura, que nossos alimentos não têm conservantes, que nossos caminhões estão em perfeito estado para levar os produtos do Paraná até a Bahia sem estragar”.

O setor administrativo também funciona nesse modelo. Profissionais do marketing, contabilidade e engenharia trabalham alinhados com o propósito da empresa e com a mesma expectativa de qualidade. Em 2017, a fábrica passa por uma expansão orçada em R$ 40 milhões. Os principais investimentos serão em uma máquina de pão vinda da França, que visa uniformizar a produção, e uma câmara congelada completamente robotizada. Essa última novidade trará economia de energia e mais qualidade para os produtos, que ficarão sempre na temperatura ideal - 25 graus abaixo de zero.

Apesar da automatização, a previsão é aumentar o número de funcionários. A empresa vai fechar o ano com 1100 contratações e totalizar 4500 mil empregados entre todos os setores da empresa.

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