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Postos de combustíveis em Caracas: Venezuela vive uma grave crise econômica e existem temores de um default. | Juan Barreto/AFP
Postos de combustíveis em Caracas: Venezuela vive uma grave crise econômica e existem temores de um default.| Foto: Juan Barreto/AFP

Pela primeira vez em duas décadas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (17) um aumento no preço dos combustíveis de 0,01 dólar o litro para 0,95 dólar a gasolina super. “Isso é uma medida necessária, uma ação necessária. Eu a assumo (...) 1 bolívar (0,15 dólar) a de 91 octanos, e 6 bolívares (0,95) a de 95”, declarou o presidente em rede nacional de rádio e televisão, como parte de uma série de ações para enfrentar a grave crise econômica no país.

O aumento daquela que era até agora a gasolina mais barata do mundo entrará em vigor nesta sexta-feira (19) e foi de 1.328,5% para a gasolina normal, e de 6.085% para a super. Maduro afirmou que o litro da gasolina nos Estados Unidos custa 0,78 dólar o litro; na Colômbia, 1,08 dólar; e na Venezuela, 0,01 dólar na taxa de câmbio oficial mais baixa de 6,3 bolívares por dólar. “Vamos cobrá-la porque estávamos pagando por descartá-la”, declarou, do Palácio de Miraflores.

Na América Latina, o preço do combustível oscila entre 0,55 (Equador) e 1,41 (Uruguai) dólar por litro. Se, na Venezuela, calcula-se o dólar a preço do mercado paralelo - de pouco mais de 1.000 bolívares por dólar -, neste país se encheria 250 vezes o tanque de um carro médio.

O aumento da gasolina, adiado várias vezes por Maduro, era um tema quase tabu. Em 1989, o aumento do preço do combustível foi um dos gatilhos do “Caracazo”, como ficou conhecida a sangrenta convulsão social ocorrida na época. “Convoco a paz e o respeito de todas essas decisões necessárias. Chegou a hora de instalarmos um sistema que garanta o acesso aos hidrocarbonetos a preços justos”, completou.

A Venezuela sofre uma profunda crise econômica, com uma inflação de 141,5% em termos anuais em setembro de 2015 (oficial). No ano passado, a contração econômica foi de quase 7%, e o déficit público alcançou 20%, de acordo com economistas privados, em uma conjuntura adversa pela queda dos preços do petróleo. Atualmente, a commodity se encontra abaixo de 30 dólares o barril.

A oposição defende que a única forma de a Venezuela sair da crise econômica é uma “mudança de governo”.

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