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Fachada do Magazine Luiza com pedestres caminhando na calçada
Magazine Luiza oferece U$ 3,70 por ação da Netshoes, equiparando-se á proposta feita pela Centauro| Foto: Divulgação

A disputa pela Netshoes envolvendo Magazine Luiza e Centauro ganhou mais um episódio. Em fato relevante da manhã desta quinta-feira (13), a Magalu anuncia a seus investidores que elevou sua proposta de U$ 3 para U$ 3,70 por ação, num total de U$ 114,9 milhões, igualando à última oferta feita pela Centauro, divulgada na terça-feira (11).  Ainda de acordo com o fato relevante, o Conselho de Administração da Netshoes reiterou, por unanimidade, que seus acionistas aprovem a operação em assembleia que acontece nesta sexta-feira (14) e, se aprovada, será concluída até o próximo dia 19.

Em abril, quando começaram as negociações entre Magalu e o e-commerce de artigos esportivos, a proposta era de U$ 2 por ação, o que representava U$ 62 milhões. Com a entrada da Centauro na disputa em maio, os números foram subindo: a Centauro subiu a oferta para U$ 2,80; Magalu, então, elevou a sua para U$ 3; Centauro mostrou-se disposta a pagar ainda mais, e fez duas novas ofertas, primeiro de U$ 3,50 – rejeitada pela Netshoes por ser considerada “insuficiente” para compensar seus riscos de liquidez – e a última, de U$ 3,70. A Magalu, então, equiparou sua oferta para este mesmo valor. Toda esta escalada representa um aumento de 85% em relação ao valor inicial.

Às 10h39 desta quinta (13), as ações da Netshoes valiam U$ 3,78, com valorização de 9,88%.

Entenda a caso

A Netshoes iniciou suas operações na web há 17 anos, sendo pioneira na venda de artigos esportivos pela internet. Dona também da Zattini, voltada para o público feminino, a Netshoes fez sua IPO em abril de 2017, quando suas ações chegaram a valer U$ 18. Cerca de um ano e meio depois, em setembro de 2018, começaram as primeiras notícias de que a varejista “puro sangue” do e-commerce brasileiro passava por momento crítico, e, desde a abertura de capital, suas papéis já desvalorizaram mais de 85%.

No último trimestre de 2018, o prejuízo da Netshoes aumentou em 81,7%, registrando R$ 90,3 milhões na comparação anual. No relatório dos resultados, o fundador da companhia, Marcio Kumruian, declarou que havia sido um ano difícil, o que levou a empresa a tomar decisões para simplificar as operações. A operação B2B foi paralisada, e as operações no México e na Argentina foram vendidas, esta última concluída em março deste ano.

Apesar de nunca ter operado no azul, a Netshoes desenvolveu, graças a anos de investimento em ganho de escala, uma inteligência sobre consumo de moda na internet que nenhuma outra empresa brasileira possui até então, segundo fontes ligadas às negociações. Este seria um dos motivos da disputa acirrada travada entre Centauro e Magalu. Pesa também a briga pela liderança no varejo esportivo, atualmente liderado pela Centauro com cerca de 5% de participação. A entrada de uma gigante como a Magalu ameaçaria a Centauro, que hoje concorre com players regionais e lojas de pequeno e médio porte.

Caso a proposta da Magalu seja aprovada na assembleia desta sexta, a varejista abrirá uma subsidiária nas Ilhas Cayman, onde a Netshoes é registrada, e acontecerá uma fusão entre esta subsidiária e a Netshoes.

No primeiro trimestre de 2019, o lucro líquido da Magalu foi de R$ 138,6 milhões, ante R$ 2,3 milhões da Centauro. As ações da Magalu eram cotadas a R$ 208,53 às 10h53, horário de Brasília. Já a da Centauro valiam R$ 11,46 às 10h47.

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