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Só com medidas novas e coordenação de governos será possível vencer a crise, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar a linha de seus pronunciamentos, hoje, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na reunião do Grupo dos 20 (G-20), formado por ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais das maiores economias desenvolvidas e emergentes. As autoridades do mundo rico, segundo ele, insistem na aplicação de políticas tradicionais, insuficientes para resolver a atual turbulência financeira. Ele não quis adiantar, no entanto, detalhes de suas propostas, nem da orientação recebida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, ex-ministro da economia da França, também tem defendido a adoção de políticas novas e a ação conjunta dos governos, mas não tem feito segredo de suas idéias.

O ministro brasileiro, presidente do G-20 em 2008, convocou o encontro por sugestão do secretário do Tesouro americano, Henry Paulson. Para este, será mais uma reunião paralela à Assembléia Anual do FMI e do Banco Mundial. Ele reuniu-se ontem, na sede do Tesouro, com seus colegas do Grupo dos 7 (G-7), os ministros de Finanças das outras seis maiores economias capitalistas – Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália.

Analistas de Wall Street, no fim da tarde, atribuíram a breve reação da bolsa a expectativas favoráveis em relação ao G-7, que, de fato, anunciou disposição para enfrentar a crise com todas as forças.

Segundo Mantega, as medidas anunciadas nos últimos dias pelo governo americano ainda não surtiram efeito porque não entraram em vigor. O mercado de capitais, em sua avaliação, atingirá o fundo do poço nas próximas semanas. Mas ele procurou exibir tranqüilidade. Ao contrário de alguns de seus colegas, assegurou, não tem perdido o sono.

O diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Anoop Singh, também mostrou otimismo em relação ao Brasil. Reafirmou a expectativa de crescimento econômico de 3,5% em 2009, indicada no Panorama Econômico Mundial divulgado esta semana, e elogiou a disposição do governo de elevar de 3,8% para 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) a meta de superávit primário das contas públicas. "Não vemos na região nenhuma complacência em relação à crise", disse o economista, mencionando o caso do Brasil como ilustração.

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