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Quebra de protocolo: Marco Aurélio não é do BC e não poderia falar sobre o Copom | Antonio Cruz / ABr
Quebra de protocolo: Marco Aurélio não é do BC e não poderia falar sobre o Copom| Foto: Antonio Cruz / ABr

"Tsunami monetário" já é de US$ 8,8 trilhões

Os bancos centrais dos países ricos injetaram US$ 8,8 trilhões em pouco mais de três anos em seus sistemas financeiros. No total, o que a presidente Dilma Rousseff chamou de "tsunami monetário" já supera em cerca de quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

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O Banco Central (BC) vai anunciar nova queda da taxa básica de juros (Selic) na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom). A garantia foi dada ontem, em Hannover, Alemanha, pelo secretário especial para Assuntos Internacionais da presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

A declaração se deu logo na chegada da delegação do Brasil ao país europeu. A presidente Dilma Rousseff vai participar da Feira de Hannover, que, neste ano, presta homenagem ao País. "Vamos ter mais uma reunião do Copom, na qual vamos ter uma queda, moderada, mas vamos ter uma queda", disse, antecipando o BC. "Esse caminho já está definido, e com sucesso, porque não estamos tendo inflação."

Segundo ele, a queda do juro é mais uma ferramenta para ajudar o governo a enfrentar o que Dilma chamou de ‘tsunami’, em referência às medidas dos bancos centrais de países ricos para conter a crise. "Precisamos eliminar os fatores de anomalia existentes hoje. São resultantes dos desequilíbrios externos", disse ele.

Marco Aurélio quebrou um protocolo segundo o qual nenhuma autoridade que não seja ligada ao BC deve se pronuncia sobre o Copom, sobretudo na semana em que se realiza a reunião (que começa na terça e termina quarta-feira). Na Basileia, o presidente do BC, Alexandre Tombini, negou-se a falar com os jornalistas.

No mercado financeiro, uma nova redução da Selic, hoje em 10,50% ao ano, é dada como certa. A dúvida é sobre a magnitude do corte: 0,50 ou 0,75 ponto porcentual.

Possibilidades

O tal "tsunami monetário" sobre o qual a presidente Dilma falou nos últimos dias é um dos fatores que mais colabora para mais cortes nos juros. Essa é a opinião de um ex-diretor do Banco Central entrevistado pela Agência Estado, mas que não quis se identificar.

Na avaliação desse ex-diretor do BC, não foi por outro motivo que o mercado de juros futuros começou a precificar que há alguma chance relevante de que o Banco Central acelere o ritmo de corte da Selic na próxima quarta-feira. Ele acredita que o Copom diminuirá a taxa em 0,50 ponto porcentual, mas não ficará surpreso se do debate técnico realizado por dois dias pela instituição em Brasília seja aprovada uma queda de 0,75 ponto porcentual, o que já a levaria para o patamar de um digito, pois atingiria 9,75% ao ano.

Para essa fonte, na lista de prioridades do governo para evitar que um "tsunami monetário" acabe fortalecendo muito mais o real ante o dólar no curto prazo estão: "a redução dos juros pelo BC"; "alguma medida para fazer uma triagem mais focalizada nos empréstimos intercompanhias, a fim de evitar ingresso de recursos vindos de fora para especulação financeira"; e a "ampliação do prazo da cobrança do IOF para empréstimos adquiridos no exterior". "Medidas macroprudenciais para segurar a apreciação do câmbio podem até surgir, mas não creio que serão implementadas agora, pois outras ações devem ser adotadas antes", disse.

Segundo esse ex-diretor do BC, o baixo nível de atividade indica que o país ainda não pegou "tração" em 2012. Ele fez o comentário com base em indicadores econômicos registrados em janeiro e fevereiro, entre eles a venda de automóveis, que caíram 6,65% no mês passado ante o anterior e 8,85% em relação a fevereiro de 2011, conforme a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

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