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Estande da TIM no Futurecom 2015: ações  da companhia caíram 8,52% nesta terça-feira (27). | Divulgação/Futurecom/Studio F
Estande da TIM no Futurecom 2015: ações da companhia caíram 8,52% nesta terça-feira (27).| Foto: Divulgação/Futurecom/Studio F

O presidente executivo da Telecom Itália, Marco Patuano, afirmou que uma eventual fusão entre a Oi e sua subsidiária brasileira, a TIM, dependerá de uma mudança no marco regulatório de telecomunicações.

“Qualquer oportunidade que envolva telefonia fixa implica investimentos muito grandes e é preciso que o marco regulatório seja atualizado. O resultado de uma atualização pode viabilizar a possibilidade de convergência (fusão)”, disse o executivo, que participou nesta terça-feira (27), em São Paulo, do Futurecom, evento de telecomunicações.

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Uma fusão entre Oi e TIM voltou a ser alvo de discussões nos últimos dias. O BTG, assessor financeiro da Oi e acionista da operadora brasileira, recebeu na sexta-feira (23) uma proposta do fundo russo LetterOne (L1), que se dispõe a fazer um aporte de até US$ 4 bilhões na operadora brasileira, desde que a capitalização esteja condicionada a uma associação com a TIM.

“Modelo atual está esgotado”, afirma presidente da Oi

O presidente executivo da Oi, Bayard Gontijo, também defendeu no Futurecom 2015 a modernização do modelo regulatório de telefonia fixa no país para fazer frente ao atual cenário de queda em receitas de voz e ascensão de serviços baseados na internet, como WhatsApp e Netflix. “O modelo atual está esgotado, precisa ser modernizado, já cumpriu seu papel”, disse Bayard. O executivo explicou que a demanda por telefonia fixa por domicílio já foi atendida e que a concessão prejudica o trabalho das companhias em direcionar recursos para novas necessidades, como dados e banda larga. As concessionárias perdem capacidade de investimento, por conta de obrigações, como instalação e manutenção de telefones públicos, cujas receitas têm caído e incidem em custos elevados, por conta da baixa demanda. Segundo Gontijo, a Oi fatura R$ 17 milhões por ano com telefonia pública, mas tem gastos de R$ 300 milhões com o segmento.

Mercado

Nesta terça, as ações ordinárias da Oi fecharam a R$ 3,17, queda de 9,43%. Já os papéis da TIM caíram 8,52%. A queda das ações reflete incertezas do mercado sobre se a fusão entre as operadoras vai adiante. O executivo da Telecom Itália ressaltou que ainda não recebeu uma proposta de consolidação com a Oi.

Patuano afirmou que a discussão do marco regulatório vai ser determinante para uma possível associação no Brasil.

É que a TIM opera apenas com telefonia móvel no Brasil. Se houver uma associação com a Oi, a operadora passa a ter telefonia fixa e uma série de novas exigências de investimento.

O ministro das Comunicações, André Figueiredo, que participou do mesmo evento, evitou comentar datas para revisões em contratos de telefonia fixa, e disse apenas que até o fim da semana que vem deve informar um cronograma de trabalho para discussões sobre o marco regulatório.

A apresentação de uma proposta formal para a Telecom Itália só deverá ser feita após reunião do conselho de administração da Oi, prevista para esta quarta-feira (28). Nessa reunião, a oferta de aporte da L1 vai ser debatida. Se aprovada, o BTG vai levar a proposta para o conselho da tele italiana. O prazo é de 30 dias para formalizar com a matriz uma oferta de consolidação com a TIM.

Mudança em 2016

A expectativa de Patuano é que uma mudança no marco regulatório ocorra em 2016. “Isso é importante, não somente para a TIM, mas para a indústria de telecomunicações no Brasil.”

Sobre a Oi, o executivo disse que a gestão da companhia fez um trabalho excelente. A operadora tem uma dívida bruta de R$ 51,3 bilhões, computada no segundo trimestre. “Ter solidez financeira é muito importante e a TIM tem uma dívida muito baixa”, disse. “Isso também é algo que tem de ser avaliado na situação geral da Oi.”

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