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Após dois meses em queda, as vendas do varejo brasileiro cresceram de forma generalizada em maio, superando as estimativas dos analistas tanto na comparação mensal como anual. O principal suporte veio da renda, bem como estímulos fiscais do governo.

A alta sobre abril foi de 0,8 por cento, com ajuste sazonal, após declínios de 0,1 e 0,5 por cento em abril e março, respectivamente, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam um crescimento mês a mês de 0,4 por cento.

Dos 10 setores pesquisados em maio, apenas o de máquinas e equipamentos para escritório apresentou uma variação negativa (-11,6 por cento) na comparação de maio com abril.

"A gente vê uma tímida melhora no crédito, na confiança do consumidor, o desemprego está estável e a massa salarial está subindo num cenário de inflação mais baixa", disse o economista do IBGE Reinaldo Pereira a jornalistas.

"As políticas de incentivo do governo, como a redução do IPI, repercutem na venda de automóveis e materiais de construção. Os sinais para eletrodomésticos são mais tímidos", acrescentou o economista.

O economista-sênior do BES Investimentos, Flávio Serrano, reforça que os dados do varejo mostram que a renda continua sendo um suporte importante para a atividade econômica do país, garantido um comportamento diferenciado da atividade local frente às principais economias do mundo.

"Setor externo e bens de capital ainda sofrem bastante, mas bens de consumo duráveis já reagem aos estímulos concedidos, e bens de consumo não-duráveis seguem com bom desempenho derivado da massa salarial em expansão", afirmou.

O varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e construção civil, cresceu 3,7 por cento em relação a abril e, 3,3 por cento frente a maio de 2008.

Na comparação com maio de 2008, houve expansão de 4 por cento nas vendas do varejo, acima da alta de 3 por cento calculada por analistas, mas abaixo dos 7,1 por cento observados em abril, mês influenciado pela ocorrência da Páscoa.

Ainda, o acréscimo de 4 por cento foi o mais baixo para um mês de maio desde 2005 (2,7 por cento).

O setor de super e hipermercados impulsionou as vendas ante maio de 2008. Esse segmento respondeu por quase 80 por cento da taxa, o equivalente a 3,1 pontos percentuais.

"Isso comprova a força a demanda interna mesmo com a crise. Além disso, políticas de assistência social como Bolsa Família e Seguro Desemprego foram até fortalecidas", avaliou Pereira.

O IBGE acrescentou que os dados de abril foram revistos. Na comparação com março, a queda preliminar de 0,2 por cento passou para queda de 0,1 por cento. E em relação a abril de 2008, a alta de 6,9 por cento foi revisada para acréscimo de 7,1 por cento.

Nos cinco primeiros meses do ano, as vendas cresceram 4,4 por cento, contabilizando uma expansão de 6,5 por cento em 12 meses.

Desempenho em junho dependerá da renda

A perspectiva para o mês de junho é que existe um ambiente mais favorável para o comércio.

"Há um sentimento de que o pior da crise já passou. Se isso que se fala é verdade, a tendência é positiva para o comércio nacional", afirmou Pereira.

Flávio Serrano, do BES Investimentos, observa que a massa salarial continua crescendo --mesmo que em um ritmo mais modesto do que era verificado até o final do ano passado, o que deve garantir sustentação para as vendas do varejo. "Esperamos mais um bom resultado em junho", disse.

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