O momento em que o Banco Central começará a reduzir os juros está mais próximo, mas ainda não deve ser nesta semana. Para analistas do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a taxa básica, a Selic, nos atuais 19,75% ao ano na reunião que termina na próxima quarta-feira. A previsão faz parte do boletim Focus, feito pelo BC a partir de consultas a mais de cem instituições financeiras.
A mesma pesquisa aponta que a expectativa sobre os índices de inflação está convergindo para a meta estabelecida pelo BC. O alvo do banco para este ano é um Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de 5,1%. A previsão do mercado, que estava acima de 6% há algumas semanas, está em queda. Os analistas esperam agora que o IPCA fique em 5,67% em 2005, contra 5,72% no boletim da semana passada.
Se a previsão se confirmar, este será o segundo mês seguido em que o Copom mantém a Selic estável. Os juros começaram a subir em setembro do ano passado. Foram nove elevações, a maior seqüência já registrada. Agora, a expectativa é que o BC reduza a taxa a partir de agosto ou setembro. Isso seria possível porque diversos índices de inflação desaceleraram nos últimos dois meses. O Copom normalmente eleva a Selic para controlar o aumento nos preços.
"Gostaríamos que a taxa baixasse, pelo menos 0,25 ponto porcentual. Contudo, o BC deverá manter seu conservadorismo por pelo menos mais um mês, para depois baixar os juros com cuidado, a fim de levá-los para o nível nominal de 18% em dezembro", afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-SP), Walter Machado de Barros.
Ainda dentro do boletim Focus, os analistas mantiveram a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha um crescimento de 3% neste ano. Eles elevaram de US$ 35,95 bilhões para US$ 36,45 bilhões a previsão de superávit da balança comercial de 2005.
Para agosto, o IPCA esperado ainda é de 0,40%. As estimativas de IPCA para 2006 permaneceram estáveis em 5%, pela sexagésima primeira semana consecutiva. Apesar da estabilidade, o porcentual ainda se encontra acima do centro da meta do próximo ano, fixado pelo CMN em 4,5%. As previsões de IPCA em 12 meses à frente tiveram ligeira queda de 5% para 4,97%.