O mercado financeiro começou a mudar suas projeções depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou chances de déficit zero nas contas públicas em 2024.
Segundo o boletim Focus, publicado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (30), bancos e consultorias passaram a esperar inflação, taxa básica de juros e déficit primário maiores no ano que vem.
A coleta de dados foi feita na sexta-feira (27), mesmo dia em que Lula afirmou que o governo "dificilmente" conseguirá zerar o déficit. "Até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras", explicou o presidente.
A meta de eliminar o rombo das contas públicas no ano que vem consta do novo arcabouço fiscal, preparado pelo Ministério da Fazenda, que foi sancionado pelo próprio Lula há apenas dois meses. O petista chamou o mercado de "ganancioso demais" por cobrar o cumprimento desse objetivo.
Analistas já não acreditavam que o governo bateria a meta, mas os sinais de descaso do chefe do Executivo podem abrir brechas para um resultado ainda pior.
A mediana das projeções para o déficit primário de 2024 subiu de 0,75% do PIB, no relatório anterior, para 0,78% na edição divulgada nesta segunda. Quando se consideram apenas as expectativas mais recentes, divulgadas por bancos e consultorias nos últimos cinco dias úteis, a mediana indica um déficit ainda maior, de 0,88% do PIB.
Enquanto isso, a expectativa mediana para a inflação de 2024 passou de 3,87%, no relatório publicado há uma semana, para 3,9%.
Também piorou a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao fim do próximo ano. Ela havia ficado estável em 9% por 11 semanas, e agora subiu para 9,25%.
Caciques de partidos brigam para ampliar o poder em 2024, de olho em 2026
Ausência de Lula nas campanhas sugere temor de derrota da esquerda e dependência do Centrão
Apoiados por Bolsonaro, jovens de direita entram na briga pelo 2º turno em capitais
Produtores rurais da Amazônia se unem para enfrentar pressão ambiental
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião