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Angela Merkel se encontrou com Dilma Rousseff nesta segunda-feira. Elas discutiram economia | REUTERS/Fabian Bimmer
Angela Merkel se encontrou com Dilma Rousseff nesta segunda-feira. Elas discutiram economia| Foto: REUTERS/Fabian Bimmer

Dilma critica injeção excessiva de recursos por países desenvolvidos para conter crise

Na Alemanha, onde se reúne nesta segunda-feira (5) com a chanceler alemã, Angela Merkel, a presidente Dilma Rousseff voltou a criticar o excesso de recursos injetados na economia global pelos países desenvolvidos para amenizar os efeitos da crise econômica que enfrentam

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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, deu nesta sexta-feira uma resposta direta às críticas da presidente Dilma Rousseff, que acusou os países ricos, especialmente europeus e americanos, de estarem provocando um "tsunami monetário" com suas políticas expansionistas. Merkel colocou o dedo no ponto onde o Brasil tem sido mais criticado internacionalmente: o protecionismo.

IMAGENS: Veja fotos do encontro entre Dilma e Merkel

Num discurso diante de Dilma e de uma platéia de empresários na abertura da maior feira de tecnologia do mundo - CeBit - onde o Brasil é o país homenageado - Merkel disse: "Nós (ela e Dilma) vamos discutir a crise e as preocupações de cada uma. A presidente falou que está preocupada com um ‘tsunami de liquidez’. Do nosso lado, nós estamos olhando onde estão as medidas protecionistas unilaterais", disse Merkel.

A presidente Dilma Rousseff havia dito mais cedo que o Brasil vai tomar "todas as medidas" para proteger o real dos efeitos da enxurrada de capital provocada pela política expansionista dos países ricos, em particular da Europa e dos Estados Unidos, se eles insistirem neste caminho. Mas descartou a hipótese de adotar quarentena, isto é, o instrumento que exige a permanência mínima de capital no país:

"Quarentena é você que quer fazer. Não estou defendendo quarentena, meu querido, isso é uma temeridade", reagiu, quando um jornalista perguntou sobre o instrumento.

"A senhora descarta?", insistiu o jornalista. "Tem dó !", reagiu a presidente.

Dilma, que iniciou nesta segunda uma visita de dois dias à Alemanha - o país que hoje dita as regras na Europa - disse que vai insistir na queixa nos seus encontros com a chanceler alemã Angela Merkel.

"Todo mundo vai tratar de tsunami (monetário) no mundo. Eu, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o BIS, que é o Banco de Compensações Internacionais, que mostra que é impossível com US$ 8,8 trilhões e no caso específico da União Europeia, com US$ 1 trilhão, o que acontece? Acontece que a política monetária expansionista destes países produz um efeito extremamente nocivo, porque desvaloriza de forma artificial as moedas."

A expansão monetárias nos países ricos, disse a presidente, "equivale a uma barreira tarifária". E provoca dois efeitos: torna os produtos dos países ricos mais competitivos artificialmente, e cria bolha de ativos. A presidente frisou que os próprios organismos internacionais reconhecem que isso. Segundo ela, os ricos não resolvem seus problemas com isso: só ganham tempo.

Dilma critica assessor especial da presidência

A presidente desautorizou seu assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, a falar sobre juros. Ela reagiu duro à declaração de Garcia logo depois de a comitiva presidencial desembarcar na Alemanha, de que haverá redução das taxas de juros. No domingo, Garcia, disse os juros vão cair na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 6 e 7 de março.

"Quem fala sobre juros no meu governo é o Banco Central, Alexandre Tombini. Nem eu nem ninguém tem autorização para falar sobre juros", afirmou a presidente.

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