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Alexandre Biega deu um carro de presente à ex-sogra, Maria Dobrochinski: pagamento à vista, com direito a desconto e acessórios | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Alexandre Biega deu um carro de presente à ex-sogra, Maria Dobrochinski: pagamento à vista, com direito a desconto e acessórios| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Manutenção de veículo sobe 0,85% ao ano

A chamada "inflação do carro" – custo para rodar e fazer a manutenção do automóvel – subiu 0,6% em julho, segundo a Agência Autoinforme. Calculado a partir de uma cesta com mais de 30 produtos e serviços, entre peças de reposição, seguro, impostos e combustíveis, o índice teve alta de apenas 0,85% no acumulado de 2010. No mesmo período, a inflação geral calculada pelo IPCA subiu 3,1% em todo o país.

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As concessionárias paranaenses venderam quase 20,7 mil automóveis e utilitários no mês passado. Foi o melhor resultado desde março, último mês de tributo reduzido, quando aproximadamente 24,2 mil unidades foram vendidas no estado. A explicação para a reação do mercado – que chegou a encolher 25% após a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – está no preço dos veículos.

Preocupadas com a fuga de consumidores e o aumento dos estoques, montadoras e concessionárias voltaram a oferecer descontos. O resultado é que, mesmo com o aumento dos tributos, o carro novo está ligeiramente mais barato que em março. Após subir 0,64% em abril e maio, o preço médio do automóvel na Grande Curitiba recuou 1,18% nos dois meses seguintes, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Dessa forma, o preço em julho era 0,54% menor que quatro meses antes.

Esse índice é uma média, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir da coleta de centenas de preços em várias concessionárias da região metropolitana de Curitiba. Naturalmente, muitos modelos estão com preços mais altos, mas também é fato que outros tantos ficaram mais baratos nos últimos meses. Ontem, por exemplo, era possível comprar um Volkswagen Gol 1.0 por R$ 27,9 mil na concessionária Servopa – valor 3,6% inferior aos R$ 28.940 que o mesmo veículo custava em março. Na Slaviero, um Ford Fiesta Hatch 1.0 era ofertado pelos mesmos R$ 27,9 mil à vista, frente aos R$ 28.420 da época de IPI reduzido.

"Com o aumento do IPI e do preço do aço, os carros ficaram mais caros a partir de abril, o que derrubou as vendas e aumentou os estoques. Então as montadoras começaram a incentivar a compra do carro novo com bônus, acessórios e descontos", explica Carlos Bezerra, gerente de vendas da Slaviero. Ricardo Kennedy, gerente da Servopa, conta que a própria concorrência entre as fabricantes tem segurado os preços. "A disputa está muito acirrada. Se uma marca anuncia algo num dia, a outra reage em seguida", afirma.

O gerente comercial Alexandre Biega, que trabalha em uma editora de listas telefônicas, é um dos curitibanos que aproveitaram o "desespero" das empresas. Ontem, ele retirou da concessionária um Citroën Picasso, presente para a ex-sogra, Maria Dobro­chinski, com quem ele diz ter um ótimo relacionamento. "As condições foram muito favoráveis, e comprei à vista. Com dinheiro na mão, a gente acaba fazendo uma compra melhor. Ganha desconto, acessórios, emplacamento", conta Biega.

Entre os lojistas, a comemoração é mais contida. Isso porque, segundo eles, não foram apenas as montadoras que abriram mão de parte do lucro; os revendedores também tiveram de sacrificar suas margens em nome da recuperação do mercado. "Os volumes vendidos voltaram a crescer, mas não se refletem necessariamente em resultados e rentabilidade para as concessionárias", diz Luiz Antônio Sebben, diretor-geral da Fenabrave-PR, que representa os distribuidores de veículos do estado.

De acordo com a Fenabrave, de janeiro a julho as revendedoras do Paraná venderam 133,5 mil automóveis e utilitários, quase 7% a mais que no mesmo período de 2009, o melhor ano da história do mercado automobilístico brasileiro. A perspectiva, diz Sebben, é que o porcentual de expansão em 2010 recue um pouco até dezembro, para cerca de 6% – segundo ele, o comportamento do consumidor costuma ser mais cauteloso em época de eleição.

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