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São Paulo – Controlada pelo governo brasileiro, a Petrobrás perdeu o status de companhia aberta com o maior valor de mercado da América Latina para a mexicana do setor de telecomunicações América Móvil. De acordo com cálculos da consultoria Economática, a Petrobrás, que ocupava a liderança desde junho de 2003, foi ultrapassada pela mexicana neste mês.

O estudo mostra que o valor de mercado da Petrobrás caiu de US$ 107,7 bilhões para US$ 99,2 bilhões entre o final do ano passado e o dia 14 de fevereiro. Neste mesmo período, o valor da América Móvil subiu de US$ 79,6 bilhões para US$ 117,8 bilhões. Além disso, a mineradora Vale do Rio Doce já encosta na Petrobrás, com um valor de mercado estimado em US$ 97,252 bilhões – era US$ 81 bilhões em dezembro de 2006.

A América Móvil, do bilionário Carlos Slim, é a maior empresa do México. No Brasil, ela controla a Claro e a Embratel, além de ter participação na Net.

"Isso é uma demonstração de crescimento mais vigoroso no México, já que empresa de celular depende principalmente do mercado interno para crescer", avalia Fernando Exel, sócio da Economática.

Segundo Exel, a Petrobrás é como o Brasil. "O país cresceu muito nos últimos quatro anos por causa dos bons ventos internacionais, mas poderia ter ido mais longe. Não dá para dizer que foi uma administração genial, porque estava com o freio de mão puxado, tanto na economia quanto na Petrobrás."

Para Felipe Cunha, do banco Brascan, entre os fatores que têm prejudicado o desempenho das ações da Petrobrás no mercado estão o receio com relação ao novo plano de investimentos da companhia que pode ser anunciado em maio, a volatilidade do preço do petróleo e o aumento dos custos da empresa.

O mercado teme um plano de investimentos muito ambicioso focado em obras que não necessariamente seriam as que gerariam maior remuneração para a empresa. Na apresentação do Plano de Aceleração para o Crescimento (PAC) feita pelo governo em janeiro, a Petrobrás ficou de investir R$ 171,7 bilhões dos R$ 503,3 bilhões de todo o plano, que inclui obras previstas até 2010.

Na avaliação de analistas da corretora Socopa, o "PAC prevê o aumento dos investimentos da empresa, o que pode reduzir fluxo de dividendos para os acionistas". Segundo ele, "esse é um dos pontos que impedem que os papéis da Petrobrás deslanchem".

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