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São Paulo - A Microsoft irá lançar uma versão gratuita do pacote Office no final do primeiro semestre de 2010. Batizada de "Office Web", ela poderá ser baixada pela internet contendo o Word (editor de texto), o Excel (planilhas), o Po­­werpoint (apresentações) e o No­­tepad (anotações). A versão terá menos recursos que a original, que continuará sendo vendida pe­­la empresa.

Analistas do setor consideraram a iniciativa uma resposta ao Google, que, na semana passada, anunciou o lançamento do Chro­­me OS, um sistema operacional que competirá com o Win­­dows, da Microsoft, também em 2010.

O modelo de negócio do Google está baseado na venda de anúncios e links patrocinados. Por isso, os softwares da empresa são acessados na internet gratuitamente. Já a maior parte da receita da Microsoft provém da venda de licenças de seus programas.

Com o advento dos softwares livres (gratuitos), a Microsoft reagiu anos atrás criando o modelo de negócio Saas (Software como Serviço). Ele se baseia no aluguel dos softwares baixados pela in­­ternet.

O Office Web marca um novo estágio da Microsoft porque ele não terá custo. A Microsoft nega que o produto seja uma reação ao Google. "Esse projeto tem a ver com o crescimento da internet e a necessidade de mobilidade das pessoas", afirma Ana Cláudia Alves, gerente de produtos para o Office da Microsoft no Brasil. "Estamos em uma era de convergência tecnológica e precisávamos de um produto nessa linha."

Tom Austin, analista do Gart­ner, discorda. Para ele, nem quan­­­­do o Netscape lançou seu navegador de internet para competir com o Explorer a companhia respondeu de forma tão vigorosa. Detalhe: a exemplo do Google, a Microsoft também planeja inserir links patrocinados e anúncios nessa versão do Office Web.

Estima-se que o Google tenha cerca de 15 milhões de internautas usando seus aplicativos gratuitamente, enquanto os clientes que pagam pelas versões com­­­­­­­pletas desses mesmos aplicativos não chegariam a 500 mil. A Microsoft diz que 500 milhões de usuários têm o Office instalado em seus computadores, sendo metade pirata. No Brasil, 92% dos consumidores usam o Office.

Inovações

A Microsoft não prevê perdas financeiras com o Office Web porque ele será oferecido como opção de "mobilidade" para os clientes corporativos, que devem continuar a manter versões completas do software em suas má­­quinas. Sozinhos, eles respondem pela maior parte da receita da Microsoft. "O Office Web é ideal para quem está em trânsito, usando um equipamento com menos capacidade", diz Ana Cláudia.

Quem baixar o programa po­­derá acessar os aplicativos em qualquer computador, desde que ele esteja conectado à internet. Ao escrever um relatório, por exemplo, será possível salvá-lo em um servidor da própria Mi­­crosoft e enviar o link por e-mail. "As pessoas no trabalho poderão interferir nesse documento sem que ele seja enviado por e-mail."

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