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Horas extras são um problema no Japão e isso baixa a qualidade de vida dos trabalhadores.| Foto: Bigstock.

A Microsoft fez um teste de uma jornada de quatro dias de trabalho em um dos lugares mais improváveis: o Japão. Mas, mesmo em um país conhecido pela cultura de extremo trabalho, a semana mais curta tem resultados muito positivos.

O teste, realizado em agosto, fez com que a produtividade aumentasse em 39,9% e algumas despesas fixas diminuíssem: a conta de luz reduziu em 23% e o papel para impressão em 59%.

Para encurtar a jornada de trabalho, o tempo máximo reservado para as reuniões foi estabelecido em 30 minutos. Foi incentivado o uso de ferramentas de comunicação online e conversas informais no lugar de reuniões formais. O teste foi realizado com 2.300 funcionários.

A iniciativa da empresa, chamada Work Life Choice Challenge, foi uma tentativa de melhorar a qualidade de vida de seus funcionários, em um país onde fazer horas extras e trabalhar até 80 horas por semana é comum.

Após o teste, 92,1% dos empregados disseram ter apreciado a semana de trabalho que vai de segunda-feira a quinta-feira. A Microsoft anunciou que vai fazer um novo teste nos próximos meses, mas desta vez acompanhado de uma redução de salário.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe introduziu um teto às horas extras e aumentado a renda de trabalhadores temporários e part-time como medidas de sua reforma trabalhista.

O teste da Microsoft é o último exemplo de um movimento global que experimenta a semana de trabalho de quatro dias, ao mesmo tempo que a tecnologia oferece mais flexibilidade e relatórios apontam que algumas empresas observaram benefícios em conceder três dias de folga a seus funcionários.

Nos Estados Unidos, a rede de hamburguerias Shake Shack informou que está testando a ideia. No Reino Unido, a semana de quatro dias foi apoiada por alguns dos maiores sindicatos e a Comissão do Trabalho debateu a questão e definiu que inserir um teto na semana de trabalho seria irrealista.

Na Nova Zelândia, a empresa de investimentos Perpetual Guardian introduziu, por um período de oito semanas, a semana de 30 horas de trabalho com salário equivalente a 37,5 horas. Desde de observar que a produtividade foi mantida, os níveis de estresse dos funcionários reduziram e o engajamento aumentou, a empresa implementou a prática com base voluntária.

Mais algumas outras pequenas empresas que testaram a ideia relataram benefícios, desde um equilíbrio maior entre trabalho e vida pessoal e maior produtividade. Elas afirmaram também que isso, contudo, pode levar os empregados a empurrar os limites, o que resultaria em maior pressão no trabalho.

Alguns observadores alertaram também sobre a redução de salário, riscos para a competitividade e avaliaram que é melhor reduzir a carga horária ao inserir na legislação um teto de dias de trabalho.

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