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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou hoje que a previsão de crescimento de 4% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2009, teto das projeções de economistas para o avanço da economia brasileira, é "otimista" e disse apostar em uma expansão de 3% aproximadamente.

"Eu acho 4% otimista. Eu gostaria muito de apostar num número desses, mas eu apostaria em algo mais próximo de 3%", afirmou a jornalistas, após participar do Encontro Anual da Indústria Química, promovido pela Abiquim, em São Paulo.

Miguel Jorge acrescentou que é preciso esperar um pouco mais antes de anunciar uma previsão para o desempenho da economia brasileira no próximo ano.

"Neste final de ano, nós temos dois efeitos da crise", lembrou ele, referindo-se à redução da atividade econômica natural para os últimos meses do ano e o início do ano seguinte e a crise financeira. "Portanto, deveríamos esperar até o final do primeiro trimestre de 2009 para termos condições de anunciarmos uma previsão", disse

Demissões

Segundo o ministro, a indústria automobilística não vê necessidade de fazer demissões no curto prazo. Segundo ele, essa posição foi passada durante reunião com representantes do setor na semana passada.

"Até agora não há necessidade de demissões. Até porque a indústria estava trabalhando sábado, domingo, feriados e com terceiro turno. Antes de demissões temos férias coletivas, redução da jornada de trabalho, corte do trabalho aos domingos. Há muitas medidas antes de chegar à demissão, que não interessa à própria empresa", disse Miguel Jorge.

Desde o agravamento da crise financeira, algumas montadoras concederam férias coletivas. O ministro, que trabalhou durante 14 anos na Volkswagen, lembrou que as férias coletivas são uma maneira tradicional da indústria automobilística fazer ajustes de produção e manutenção, e que esse movimento, tradicionalmente é realizado ao final de cada ano.

Miguel Jorge também comentou o corte de 1,3 mil funcionários anunciado pela mineradora Vale esta semana. Ele ressaltou que essas demissões ocorrerão em todo o mundo, não somente no País. "No Brasil, onde a Vale tem aproximadamente 10 mil funcionários, devem ocorrer 260 demissões. Claro que 260 demissões são importantes, mas é preciso levar em conta o tamanho da empresa", disse.

Segundo o ministro, o governo ainda não foi procurado por setores que estejam planejando demissões. "Temos visto casos específicos de demissões por empresas. Não há nenhum movimento generalizado por setor.

Crédito a exportações

Miguel Jorge afirmou que o crédito à exportação, um dos maiores problemas ocasionados pela crise financeira no Brasil, está voltando ao normal. "As operações de ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio) estão nos melhores volumes dos últimos meses. Esses dados deverão ser divulgados em breve pelo ministério", disse.

Ele afirmou que o governo considera suficientes as medidas anunciadas até agora para combater os efeitos da crise internacional no Brasil. Do ponto de vista de financiamento a projetos de investimento, ele afirmou que o "BNDES vai suprir as necessidades". "Não há problemas de crédito para a indústria e toda vez que for necessário e se perceber que há um problema concentrado em algum setor nós tomaremos medidas", disse.

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