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Ministério da Economia eleva projeção para o crescimento do PIB em 2021
| Foto: Washington Costa/Ascom/ME

O governo elevou de 3,2% para 3,5% sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. A nova estimativa, divulgada nesta terça-feira (18), consta da edição de maio do Boletim Macrofiscal, relatório bimestral produzido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve como termômetro do desempenho da economia.

A projeção é ligeiramente mais alta do que a do mercado financeiro, que prevê alta de 3,45%, segundo a mediana das projeções divulgada no mais recente boletim Focus, levantamento semanal do Banco Central, publicado na segunda (17). Bancos e consultorias vêm elevando suas projeções para o PIB depois que indicadores de atividade nos últimos meses vieram acima do esperado. No começo da semana passada, por exemplo, a mediana do Focus era de 3,21%. O PIB nominal projetado pelo governo para 2021 é de R$ 8,42 trilhões.

"Os bons resultados da atividade brasileira no começo deste ano, quando comparados às expectativas iniciais de mercado, indicam que a economia manteve a tendência de crescimento, apesar do fim do auxílio emergencial", afirma o Boletim. A equipe econômica cita que a projeção de crescimento se dá apesar do "endurecimento das medidas de distanciamento social".

A estimativa de crescimento de 3,5% ainda é considerada "conservadora" pelo Ministério da Economia, frente às projeções de outros analistas de mercado que falam em uma elevação acima de 4% para 2021. É o caso do Itaú Unibanco, que aumentou de 3,5% para 4,0% a expectativa de crescimento da economia brasileira para este ano.

Vacinação e recuperação econômica

Na perspectiva do Ministério, o tripé 1) vacinação em massa, 2) consolidação fiscal e 3) reformas pró-mercado possibilitará a continuidade da recuperação econômica. Analistas apontam que a rápida vacinação em massa em alguns países tem sido acompanhada pela revisão para cima da projeção do crescimento do PIB.

Para verificar essa correlação, a equipe econômica analisou dados de 30 nações com o maior PIB entre novembro de 2020 e abril de 2021. O resultado da pesquisa sugere que cada aumento de 10 pontos percentuais nas doses aplicadas por 100 habitantes está associado à revisão da projeção do crescimento do PIB do país em 0,13% para cima, em média.

"À medida que a vacinação avança, as restrições à mobilidade vão sendo reduzidas e ocorre o retorno seguro às atividades de produção e consumo. Isto, por sua vez, aumenta o produto da economia (melhorando principalmente o setor de serviços, o mais afetado pela pandemia), o emprego e a renda das famílias concomitantemente à retirada das restrições às atividades", diz o relatório.

Mas a incerteza nas estimativas atuais permanece significativamente elevada, ressalta a equipe, uma vez que as projeções estão associadas aos efeitos da pandemia no país e ao processo de vacinação.

Alta da inflação

O governo também elevou sua projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 – indicador de inflação que segue de baliza para as metas do Banco Central. A estimativa do Ministério da Economia passou de 4,42% para 5,05%. Um pouco menos que a previsão do mercado, que passou de 5,06% na semana passada para 5,15% atualmente, segundo o Focus.

A pasta argumenta que, apesar de o valor estar acima da meta de inflação para o ano - 3,75% -, ele se encontra dentro do intervalo de tolerância 2,25% e 5,25%.

Cenário global

Segundo o Ministério da Economia, os sinais de fortalecimento do crescimento econômico global, embora ainda incertos, devem afetar positivamente o Brasil ao longo de todo o ano de 2021.

Durante divulgação dos dados nesta terça, Adolfo Sachsida, Secretário de Política Econômica, salientou que países com processo mais célere de vacinação estão tendo uma revisão positiva dos números que compõem a economia.

"Há melhora do PIB global, puxado principalmente pela revisão altista nos países desenvolvidos. O maior vigor da atividade, especialmente nos Estados Unidos e Reino Unido, pode ser explicado pela política monetária acomodatícia e pelo avanço na vacinação", informa o Boletim.

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