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O Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, representantes da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e lideranças das entidades de caminhoneiros realizam nesta terça-feira (31) uma rodada de negociação sobre as reivindicações da categoria.

Desde a última quarta-feira (25), motoristas de veículos de carga realizam em todo o Brasil paralisações de caminhões em rodovias. No Paraná, apenas nesta segunda (30), cerca de 20 piquetes foram registrados, principalmente nas regiões Oeste e Sudoeste do estado.

"Antes de fazer as paralisações, nós tentamos negociar, mas não atenderam as nossas reclamações. Decidimos fazer as manifestações, agora que eles viram que o país parou. Nossa expectativa para a reunião é de que prevaleça o bom senso, o diálogo, para que possamos encontrar a solução", relata o líder do Movimento União Brasil Caminhoneiro (Mubc) no Paraná, Neori Leobet.

Durante o dia, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (Cnta), em nota, relatou posicionamento contrário às paralisações de veículos de carga feitas por caminhoneiros nas estradas de todo o Brasil. "Entidades sindicais sérias que lutam em prol da categoria sempre estiveram contra este ato [dos bloqueios nas estradas]", aponta o texto. A Cnta também participa da reunião de negociação com o ministro dos transportes.

Pela manhã, o caminhoneiro Márcio Salkenbach, que protestou na BR-277, alertou o posicionamento dos protestos no caso de a negociação não avançar. "Se até amanhã não tivermos nenhuma posição por parte do governo, vamos apelar para a total interdição das pistas, nenhum veículo poderá trafegar", preveniu.

Balanço das paralisações

Um homem morreu atropelado na tarde desta segunda-feira (30) em um acidente na BR-369, no trevo de Mamborê (na Região Centro-Oeste do estado). Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, a vítima era um caminhoneiro que participava da manifestação organizada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (Mubc).

As manifestações por meio de bloqueios prosseguiram durante todo o dia nas rodovias do estado. Inicialmente, a previsão do Movimento União Brasil Caminhoneiro (Mubc), que lidera a organização dos motoristas no Paraná, era de atingir a marca de 80 bloqueios. No entanto, segundo informações das autoridades policiais, cerca de 20 interdições a caminhões aconteceram em estradas estaduais e federais do Paraná.

Às 20h45 desta segunda-feira, a rodovia PR-170, perto do quilômetro 430, no sentido Guarapuava-Pinhão, registra manifestos dos caminhoneiros. No entroncamento da PR-180 com a PR-281 – quilômetro 455 – em Dois Vizinhos, bloqueios a caminhões também ocorrem. Na PR-082, no quilômetro 235, sentido Cianorte-Engenheiro Beltrão há bloqueios de transportadores de carga. O quilômetro 55 da PR-468, no trecho de Moreira Sales, também foi bloqueado, assim como a marca 11 da PR-483 e o quilômetro 177 da PR-466, em Pitanga.

Ainda nas rodovias estaduais, a PR-493 foi interditada para caminhões no quilômetro 47, entre Verê e Itapejara D`Oeste, assim como a PR-323, no quilômetro 303, em Umuarama. Em Francisco Beltrão, a PR-180, quilômetro 471 e 580 possui restrições no trânsito.

A PR-218, no quilômetro 250, em Astorga, também foi bloqueada para caminhões, de acordo com a PRE. Os caminhoneiros ainda fazem protestos na PR-471, no quilômetro 222, em Nova Prata do Iguaçu. Em Realeza, na região Sudoeste do estado, a PR-182 foi bloqueada no quilômetro 458 desde 8h40, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE).

Entre as rodovias federais, dos bloqueios que foram iniciados pela manhã, apenas entre Pérola do Oeste e Barracão, na BR-163, ainda há interrupções. Durante o dia, manifestações foram registradas na BR-277, no quilômetro 670, em Medianeira, e na BR-476, no quilômetro 80, em Toledo. As estradas federais começaram a ser bloqueadas às 4h, conforme informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Nas estradas estaduais às 20h45 várias manifestações foram interrompidas. No quilômetro 288, na PR-151, em Castro, o trânsito flui normalmente depois de veículos chegarem a transitar pelo acostamento durante a manhã. A rodovia PR-323, que liga Maringá a Umuarama, teve a interdição interrompida no quilômetro 303 para veículos de carga, na cidade de Cruzeiro às 17h30. Em Medianeira, no quilômetro 40 da PR-495 a liberação aconteceu no mesmo horário. Em Goioerê, a interrupção do tráfego de cargas, no quilômetro 55, da PR-495, no entroncamento com a BR-272, também terminou.

Reivindicações

A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro – em vigor desde junho deste ano – que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas. Os caminhoneiros querem a suspensão da lei até que sejam construídos "pontos de paradas", onde os veículos possam permanecer em segurança.

A categoria também contesta pontos da Resolução 3658, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras. Os trabalhadores pedem a suspensão temporária da norma, até que o sistema eletrônico de pagamento seja estruturado.

Os caminhoneiros também reivindicam pontos que garantiriam mais segurança nas estradas. Dentro as solicitações, estão a criação do Fórum Nacional do Transporte, a suspensão imediata da fabricação dos bitrens (composições rodoviárias com nove eixos), aprovação do estatuto dos motoristas, e criação em todo o país de delegacias especializadas em combater roubos de cargas.

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