Depois de lutar um ano e dois meses contra um câncer no cérebro, o economista e ex-presidente do Banco Central, Francisco Gros morreu ontem, aos 67 anos, em São Paulo. Formado pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, iniciou sua carreira profissional em Wall Street, num banco de investimentos, aos 29 anos.
No Brasil, ocupou postos de destaque nas principais instituições governamentais. Além do BC, foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras. Também na iniciativa privada presidiu companhias do porte da Aracruz, Fosfértil e OGX. Mas foi a visão de mercado, delineada desde os primeiros tempos da Multiplic, corretora que dirigiu em 1975, que marcou definitivamente sua carreira.
Na década de 1990, Gros ocupava a presidência do Banco Central pela segunda vez a primeira havia sido por três meses, em 1987, no governo José Sarney no conturbado período que precedeu o impeachment do presidente Fernando Collor. Ele ocupou o lugar de Ibrahim Eris e permaneceu um ano à frente do BC, de 1991 a 1992.No BC, ele implantou o regime colegiado, delegando poderes aos diretores. Mais tarde, no primeiro governo Fernando Henrique, quando assumiu a presidência do BNDES, entre 2000 e 2002, marcou sua gestão pelo modelo produto-cliente, dando ênfase à atuação do banco no mercado de capitais, como agente de investimentos.
Em 2007, Gros aceitou o convite do empresário Eike Batista para assumir a presidência da OGX, a incipiente empresa de petróleo e gás do grupo. Ficou até 2008, quando decidiu afastar-se das funções executivas.
Gros deixa viúva, três filhos e quatro netos. O corpo do economista será cremado hoje, no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.
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