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Avatar da robô-recrutadora desenvolvida pela Intervyo
Robô interativo parece uma recrutadora de verdade. O bot, desenvolvido pela startup israelense Intervyo, entrevista candidatos por meio de inteligência artificial (Foto: divulgação)| Foto:

O ecossistema de startups de Israel é um dos maiores polos de inovação do mundo. Não à toa, o país (que possui 60% de área desértica) foi o berço das gigantes Waze, Wix e Moovit. Atento a esse potencial, o programa de aceleração da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) selecionou seis empresas tecnológicas israelenses para operar no Brasil.

A Intervyo é uma das startups que está trazendo sua tecnologia ao mercado brasileiro. Criada por Jacky Hazan, a empresa desenvolveu um robô — com imagem quase idêntica a uma mulher de verdade — que atua como recrutador interativo. Por meio de conversas por vídeo com o candidato, o sistema avalia as expressões faciais, a entonação da voz e a personalidade das pessoas.

Segundo Hazan, com as informações do candidato, o machine learning transforma dados e algoritmos em uma análise preditiva de compatibilidade do profissional com a vaga disponível. “Como temos um cliente no Brasil [a construtora MRV], já desenvolvemos a solução em português. No entanto, precisamos aprimorá-la e adaptá-la à cultura do país”, explica o empreendedor, que é formado em psicologia.

Com operações na Rússia, na China e na França, a Intervyo planeja firmar parcerias comerciais para ganhar capilaridade no Brasil, principalmente com empresas de recursos humanos. “A inteligência artificial no recrutamento será cada vez mais aceita pelos próprios candidatos, uma vez que os jovens já estão adaptados à tecnologia e às entrevistas por vídeo”, defende o israelense, natural de Tel Aviv.

Com o recrutador virtual, a startup de Hazan participou de uma criteriosa seleção junto à Apex-Brasil, à ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital) e à comunidade Israel Trade & Investment. Entre 49 inscritos, foram selecionadas também as empresas My Heritage, Cybereason, See Tree, SuperUp e SysAid, todas de base tecnológica e que atuam em setores estratégicos, como saúde, agricultura e varejo.

“O mercado local dos israelenses é restrito devido ao tamanho do país. Por esse motivo, esses empreendedores têm grande chance de crescimento no Brasil, tanto pelo tamanho do nosso mercado quanto pelo nosso apetite por tecnologia. Para algumas empresas, o Brasil representa o segundo maior mercado global, em termos de potencial de faturamento”, avalia Karina Bazuchi, coordenadora de investimentos estrangeiros em inovação da Apex-Brasil.

Adaptação cultural

Apesar da alta expectativa de negócios, Karina pondera que os empreendedores devem se familiarizar com a cultura local, aprender a se comunicar em português e compreender a carga tributária e a legislação trabalhista e fiscal do país.

“O traço cultural de não temer a falha ou encarar o erro como vergonha é outro aspecto muito presente no empreendedor israelense e reforçada pela disciplina que eles desenvolvem ao servir o exército. Dado o ambiente hostil em que está estabelecida, Israel precisou inovar muito para se desenvolver”, explica.

DNA inovador

E inovação realmente existe de sobra no país, principalmente em Tel Aviv, considerada o Vale do Silício do Oriente Médio. A Cybereason é uma das empresas sediadas na cidade. Com inteligência artificial e machine learning, a startup promete detectar e caçar ameaças virtuais para proteger os negócios de grandes empresas.

Segundo Eyal Eshel, vice-presidente de vendas da companhia, a Cybereason já opera em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Com o projeto da Apex-Brasil, a ideia é expandir as operações no país. “Estamos abertos a novas parcerias e projetos de inovação na América Latina”, afirma Eshel.

Na avaliação do executivo, o Brasil reserva um grande potencial para serviços de cibersegurança pelo perfil da própria população. “Os brasileiros estão acostumados a acreditar demais na tecnologia, mas os riscos estão por aí. Nenhuma segurança é suficiente”, alerta ele.

Lançada em 2012, a Cybereason já obteve quase US$ 200 milhões em investimentos de empresas como o Softbank,  conglomerado japonês de telecomunicações e internet.

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