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Em discurso em rede de televisão e rádio, às 22 horas de ontem (horário de Brasília), o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou que o pacote de socorro às instituições financeiras não seria proposto em circunstâncias normais. "Eu teria deixado essas companhias [com problemas financeiros] enfrentarem seus problemas. Em circusntâncias normais eu seguiria esse caminho. Mas essa não é uma circusntância normal", afirmou o presidente. Em pouco mais de quinze minutos, Bush fez um breve histórico da crise. Depois, explicou como será o socorro, dizendo que "o plano é grande o suficiente para resolver o problema". O tom da crise foi dado diversas vezes, em frases como "toda a nossa economia está em perigo" e "milhões de americanos podem perder seus empregos se o Congresso não agir rapidamente".

O discurso de Bush foi o ponto mais agressivo de uma ofensiva que já dura uma semana, na tentativa de aprovar o pacote de socorro proposto pelo Departamento do Tesouro dos EUA, juntamente com o Federal Reserve, o banco central norte-americano. O objetivo do governo é aprovar o quanto antes, e com o menor número de modificações possível, o pacote apresentado no sábado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson. A principal medida é a autorização para um gasto de até US$ 700 bilhões na compra de títulos de empresas prejudicadas pela crise hipotecária. Além disso, a Casa Branca tenta convencer o hesitante baixo-clero de seu partido a fechar com o governo.

Bush afirmou ainda que o preço dos títulos das empresas em dificuldades caiu drasticamente, e que o governo irá segurá-los até que o mercado consiga se reerguer. "Esperamos que parte dos dólares investidos, se não todos, voltem para o governo quando vendermos esses títulos de volta ao mercado", afirmou.

Convite

Horas antes do discurso, Bush convidou o candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama, o candidato republicano John McCain e os líderes no Congresso a irem à Casa Branca para discutir o projeto de pacote de socorro ao sistema financeiro. A assessoria de Obama respondeu rapidamente e informou que ele participará do encontro, que ocorrerá hoje.

Concessão

Ao longo do dia, Paulson, do Tesouro, e o presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Ben Bernanke, continuaram seu périplo de convencimento dos políticos, ao testemunhar na comissão de serviços financeiros da Câmara. No dia anterior, haviam feito o mesmo em comitê no Senado. Como parte da negociação em curso, Paulson cedeu num dos pontos de honra para os democratas: de que sejam limitadas as indenizações dos executivos de empresas em dificuldades que venham a ser auxiliadas pelo governo.

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